Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc.
Verbenacea
Sinonímias: Verbena gratissima Gillies & Hook. , Lippia gratissima (Gillies & Hook.)LD Benson.
Nomes populares: Erva-santa, alfazema-do-brasil, erva-cheirosa, erva-da-graça, erva-da-colônia, mimo-do-brasil,garupá, erva de nossa senhora.
Origem ou Habitat: Nativa do Brasil (Sul e Sudeste).
Características botânicas: Arbusto perene medindo de 2 a 2,5 m de altura. Folhas lisas, ovaladas, opostas, aromáticas; as folhas menores reúnem-se em fascículos axilares. Inflorescência racemosa formada por numerosas flores brancas. Fruto tipo aquênio.
Partes usadas: Folhas.
Uso popular: É utilizado na medicina caseira como excitante, aromática e condimentar; para hipertensão, colesterol, dores de cabeça, estômago, gripe, nervos e fígado. É comum mascar a folha para aliviar mal estar gástrico e azia. Além do uso como chá, as folhas são misturadas à erva-mate para consumo no chimarrão. Ocasionalmente é utilizada como cerca-viva, pois aceita podas drásticas e suas inflorescências são muito ornamentais.
Informações científicas: 🐁(AN): Foram citadas atividades neuroprotetoras, antioxidantes e antidepressivas para o extrato aquoso das folhas, sugerindo-se que esta espécie tem potencial para tratar transtornos neurológicos e depressivos (Zeni, 2011). Outro trabalho demonstrou interações do extrato aquoso das folhas da A. gratissima com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e dopaminérgico (Zeni, 2013) . Foi relatada ainda a atividade antiedematogênica (Vandresen, 2010). 🧪(VI): Estudo mostrou atividade antimicrobiana, em modelos de biofilmes de Streptococcus mutans, em diferentes frações purificadas do extrato alcoólico das folhas de A. gratissima (Freires, 2015). O óleo essencial e frações de sesquiterpenos apresentaram atividade antiesquistossomótica para Leishmania amazonenses (Garcia, 2018).
Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas da A. gratissima tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usada para dores epigástricas, azia e má digestão, tanto com o uso interno da infusão ou mascando-se as folhas. Os usuários do infuso desta planta referem ter melhora do humor.
Posologia e modo de usar:
🍵Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas. Aloysia gratissima pode ser associada à espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), para tratamento de úlceras gástricas, através do uso interno da infusão preparada em 1 xícara (200mL) de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.
Cuidado no uso desta espécie: Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso, assim como deve-se evitar seu emprego na gestação, lactação e em crianças menores de 06 anos. Não há relatos de efeitos adversos e/ou tóxicos.
Composição química: No óleo essencial de flores de espécimes coletadas no Uruguai foram isolados e identificados os seguintes elementos: Globulol, sabineno, cariofileno e epoxi-cariofileno.
Referências:
1. Ethnopharmacol. 2013 Jul 30;148(3):914-20. Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissimaZeni AL1, Zomkowski AD, Maraschin M, Tasca CI, Rodrigues AL..
2. https://sites.google.com/site/florasbs/verb-e/aloysia-gratissima – Acesso 28 Março 2014.
3. http://www.tropicos.org/Name/33700918 -Acesso 28 Março 2014.
4. ZENI, A. L., et al., Antidepressant-like and neuroprotective effects of Aloysia gratissima: Investigation of involvement of larginine-nitric oxide-cyclic guanosine monophosphate pathway. Journalof ethynopharmacology, 2011 (137)pags. 864-874. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874111004843?via%3Dihub
5. ZENI, A. L., Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissima. Journal of Ethnopharmacology. 2013 Jul 30; 148(3):914-20. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874113003930?via%3Dihub
6. VANDRESEN, F. et al., Constituintes químicos e avaliação das atividades antibacteriana e antiedematogênica de Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc. e Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Pers.,Verbenaceae. Rev. bras. farmacogn. [Online]. 2010, vol.20, n.3, pp.317-321. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/qKVZVbXSJSJ5SSVCjXYN6vm/?lang=pt#
7. FREIRES, I., et al., The Effect of Essential Oils and Bioactive Fractions on Streptococcus mutans and Candida albicans Biofilms: A Confocal Analysis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4363662/
8. GARCIA, M., et al., The in vitro antileishmanial activity of essential oil from Aloysia gratissima and guaiol, its major sesquiterpene against Leishmania amazonensis. Parasitology,1-9. (2018). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29352826/