SENE

22/02/2020 16:52

Senna alexandrina  Mill.

Fabaceae


SinonímiasCassia senna L., Cassia acutifolia Delile, Cassia alexandrina (Gersault.)Thell., Cassia angustifolia Vahl., Senna acutifolia (Delile)Batka, Senna alexandrina Gersault., Senna angustifolia (Vahl.)Batka.

Nomes populares: Sene, sena, sene-da-Índia, sene-de-Alexandria, hindi sana (Índia), sen (Espanha).

Origem ou Habitat: Nordeste da África e do Oriente Médio.

Características botânicas: Subarbusto perene, caracterizado por apresentar uma altura entre 0,75 cm a 2 m de altura, folhas compostas paripenadas, divididas em 4-8 folíolos inteiros, medindo de 2-6 cm de comprimento por 4-14 mm de largura, em contorno lanceolado ou oval-lanceolado, de cor verde amarelada, apresentando ápice agudo, base assimétrica e margem lisa. Flores pequenas e numerosas, agrupadas em racemos, com pétalas amarelas. O fruto é uma vagem achatada, membranosa e deiscente, medindo de 15-17 mm de largura, de cor verde (com o tempo torna-se marrom).

Partes usadas: Folhas secas ou frutos (vagens).

Uso popular: As folhas secas de sene e os frutos são largamente usados como laxante para o tratamento de constipação aguda.

Composição química: Antraquinonas ou derivados antracênicos: diantron-glicosídeos ou antrocenosídeos, destacando-se os senosídeos A e B, senosídeos C e D, também encontram-se antraquinonas livres em menor quantidade (aloe-emodina, crisofanol, reína e seus respectivos glicosídeos).

Outras substâncias presentes:

Hidratos de carbono (arabinose, galactose, ácido galacturônico, ramnosa); galactomanano (galactose e manose) e açúcares livres (frutose, glicose, pinitol e sucarose).

Flavonóides (kempferol e isoramnetina); óleo essencial (traços); saponina; resina; fitoesterois; minerais e derivados naftalênicos.

A fração lipofílica das folhas contém 80% de clorofila e 10% de ceras.

Antraquinonas: Senosídeo A – D, madagascina, 3-geraniloxiemodina, 6 – hidroximusicina glicosídeo e glicosideo de tinevelina, Aloe – emodina, emodina e reína.

Flavonoides: Canferol e isoramnetina.

Ações farmacológicas: Laxativo.

Interações medicamentosas: Todas as interações com o sene surge com o uso crônico e abusivo.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O uso prolongado ou excessivo do sene provoca inicialmente diarréia com espoliação de potássio e diminuição na concentração de globulinas séricas. A longo prazo pode causar nefrite, colite ou constipação paradoxal.

Contra-indicações: O sene é contraindicado nas seguintes situações: obstrução intestinal, apendicite, abdômen agudo, hipocalemia, enterite, enfermidade de Crohn, colite ulcerosa, hemorroidas, crianças menores de 10 anos.

Contraindicado também em gestantes e lactantes.

Observações: Espécies Cassia com estames retos (em oposição a estames curvos) foram transferidas para o gênero Senna, e o nome correto para as espécies combinadas é Senna alexandrina.(Wyk & Wink, 2004).

Os extratos de sene não deve ser empregado mais de 7 ou 10 dias consecutivos.

Os senosídeos não estão presentes na planta fresca, são transformados durante o processo de secagem.

O uso contínuo de chá de sene podem causar melanose reto-cólica, uma condição pré-maligna.

Para o tratamento da constipação habitual, recomendamos tomar em jejum, meio copo de água morna com 1 limão espremido, e introduzir as modificações necessárias na dieta e nos hábitos.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARCELOUX, Donald G.. Senna (Senna alexandrina P. Mill.). Medical Toxicology Of Natural Substances, [s.l.], p.591-595, jan. 2008.

EPIFANO, Francesco et al. Screening for novel plant sources of prenyloxyanthraquinones: Senna alexandrinaMill. andAloe vera(L.) Burm. F.. Natural Product Research, [s.l.], v. 29, n. 2, p.180-184, 24 out. 2014.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4530 – Acesso 10 Abril 2015.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

http://cdn.fagron.com.br/doc_prod/docs_7/doc_610.pdf – Acesso 16 abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/13032839?tab=synonyms – Acesso 10 Abril 2015.

Tags: ConstipaçãoLaxante

AMORA-BRANCA

27/12/2019 16:48

Morus alba  L.

Moraceae 


Sinonímias:Morus atropurpurea Roxb., Morus alba var. tatarica (L.) Ser., Morus australis Poir., Morus indica L., Morus intermedia Perr., Morus multicaulis Perr., Morus tatarica L.

Nomes populares: Amora, amora-branca, white mulberry, sang, sang ye (folium mori), sang bai pi (cortex mori), tut / tutri / tut kishmishmi (Pakistan), etc.

Origem ou Habitat: China. Naturalizada e amplamente cultivada em áreas de clima temperado quente, tropical, subtropical e mediterrânico, desde o nível do mar até aos 2000m de altitude.

Características botânicas: Árvore média a pequena, com 10 a 20 m de altura, crescimento médio a rápido, longevidade média. Tronco castanho alaranjado quando novo, cinzento e cada vez mais gretado com a idade. A casca é doce, quando mastigada.

Folha: Caduca (exceto em clima tropical), alterna, verdemédio, com 5 a 30 cm. FLOR: Em amentilhos com 1 a 3,5 cm, esverdeados com sexos separados na mesma árvore.

Fruto: Conjunto de frutos carnudos de 1 a 2,5 cm, branco a vermelho, comestível.

Época da floração: Primavera. Época da frutificação: Verão. Propagação: Por semente, garfo ou estaca. Dispersão: Por aves, através da ingestão do fruto e excreção das sementes.

Partes usadas: Folhas, ramos, casca das raízes, frutos.

Uso popular: Morus alba (mulberry) é cultivada no leste dos Países asiáticos, como a China, Japão e Coréia. A sua folha é principalmente utilizada na alimentação de bichos da seda (Bombyx mori L.), também é usada na medicina tradicional chinesa há séculos, contêm substâncias que são benéficas na prevenção e para aliviar “Xiao Ke” (diabetes).

Folha (constipações, gripes, inflamações dos olhos, elefantíase);

Fruto (incontinência urinária, hipertensão, embranquecimento prematuro do cabelo, diabetes);

Casca da raiz (asma, bronquite, diabetes, tosse);

Raminhos(hipertensão, reumatismo, dores de dentes).

Para prevenir e aliviar os sintomas da menopausa ou climatério.

Composição química: Estilbenos, cis-mulberroside A, antocianidinas (resveratrol) e Flavonóides (quercetina, rutina, moracetina e artocarpina, mulberrin (I), mulberrochromene (II), cyclomulberrin (III), e cyclomulberrochromene (IV)) , pectinas, açúcares.

Num artigo científico chinês de 2012, em extratos de culturas de células de Morus alba, Oito compostos foram isolados: isobavachalcone (1), genisteína (2), norartocarpetin (3), albanin A (4), guangsangon E (5), mulberrofuran F (6), chalcomoracin (7), kuwanon J (8). Os compostos 3-6 foram isolados a partir das culturas celulares de M. alba, pela primeira vez.

Ações farmacológicas: Analgésica, anti-inflamatória, anti-artrítica, hipo-lipidêmica, diurética. Há algumas evidências de sua ação estrogênica e antidiabética.

Interações medicamentosas: Não encontrado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As amoras verdes e a seiva podem apresentar toxidade, embora de baixo grau, se comidas.

Contra-indicações: Não encontrado.

Observações: Nos países tropicais as Amoreiras podem ter folhas o ano inteiro. As folhas novas ou das árvores novas são lobuladas, podendo chegar aos 30 cm, enquanto as das árvores velhas não ultrapassam, geralmente, os 15 cm e são serradas. Os conjuntos de flores masculinas são cerca de 1 cm maiores que o conjunto de flores femininas. O conjunto dos frutos das Amoreiras brancas chama-se Sorose e inclui as brácteas, os pedicelos, as peças florais e o eixo, que se tornam também carnudos. As flores disparam o pólen para o ar, através da libertação da energia elástica acumulada nos estames. O movimento resultante excede em mais de metade a velocidade do som, o que o torna o movimento mais rápido conhecido no mundo das plantas.

CURIOSIDADES HISTÓRICAS:

O cultivo da Amoreira branca começou há 4 000 anos, na China, para o fabrico da seda;

Só no século VI é que a Amoreira Branca foi introduzida na Europa, quando o Imperador Romano e Bizantino Justiniano promoveu a cultura dos Bichos-da-Seda;

Segundo Plínio, os gomos das Amoreiras são os últimos a rebentar, quando todo o frio já passou, pelo que esta espécie, com este mecanismo de sobrevivência sensato que possui, foi dedicada, pelos Antigos, a Minerva, Deusa da Sabedoria;

Carlos Magno, Rei dos Francos, dado o seu gosto por esta árvore, plantou-a nos seus jardins em 812 D.C.;

Ovídeo (43 A.C.-17 D.C.), no seu livro Metamorfoses, conta a história de dois amantes, Piramus e Thisbe, cujo romance era proibido pelos pais, se suicidaram debaixo de uma Amoreira e pediram a Deus que os frutos fossem vermelhos para lembrar aos homens o sangue que derramaram

 

 

Referências: 
DESHPANDE, V. H.; Parthasarathy, P. C.; Venkataraman, K. “Four analogs of artocarpin and cycloartocarpin from Morus alba”. From Tetrahedron Letters (1968), (14), 1715-19. – Acesso 9 OUT 2015.

EUN-MI CHOI, Jae-Kwan Hwang – “Effects of Morus alba leaf extract on the production of nitric oxide, prostaglandin E2 and cytokines in RAW264.7 macrophages” – Department of Biotechnology and Bioproducts Research Center, Yonsei University, Seoul, 120-749, Korea, 2005. – Acesso 9 OUT 2015.

KIM, Jae-Soo; Kwak, Bo-Yeon; Yi, Kwontaek; Lee, Jaekyoung “Phytoestrogen composition for preventing and relieving climacteric or menopausal symptoms”. From PCT Int. Appl. (2010), WO 2010120133 A2 20101021, Korea. (Scifinder) Acesso 13 OUT 2015.

http://www.cm-leiria.pt/uploads/writer_file/document/788/20120817154954657958.pdf – Acesso 9 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/21300010?tab=synonyms – Acesso 9 OUT 2015.

XIAO MAA, N. I. et all. – “Morus alba leaf extract stimulates 5-AMP-activated protein kinase in isolated rat skeletal muscle” – Kyoto University Graduate School of Human and Environmental Studies, Yoshida-Nihonmatsu-Cho, Sakyo-ku, Kyoto 606-8501, Japan / Journal of Ethnopharmacology 122 (2009) 54–59. Acesso 9 OUT 2015.

Pharmacophore 2014, Vol. 5 (1), 160-182 USA CODEN: PHARM7 ISSN 2229-5402 – Review Article A REVIEW ON PHYTOCONSTITUENTS FOR NEPHROPROTECTIVE ACTIVITY – Raja Sundararajan*, Akhil Bharampuram and Ravindranadh Koduru GITAM Institute of Pharmacy, GITAM University, Visakhapatnam, Andhra Pradesh, Pincode-530 045, India. Acesso 9 OUT 2015.

Zhongguo Zhong Yao Za Zhi. 2012 Dec;37(24):3738-42. [Chemical constituents from cell cultures of Morus alba]. [Article in Chinese] Tao XY1, Zhang DW, Chen RD, Yin YZ, Zou JH, Xie D, Yang L, Wang CM, Dai JG. – Acesso 13 OUT 2015.

Tags: AntigripaisAsmaBronquiteConstipaçãoElefantíaseHipertensãoHipoglicemianteReumatismoTosse

ALFAVACA

27/12/2019 00:47

Ocimum basilicum  L.

Lamiaceae (Labiatae) 


SinonímiasOcimum thyrsiflorum L., Ocimum basilicum var. thyrsiflorum (L.) Benth.

Nomes populares: Alfavaca-cheirosa, basilicão, basilico-grande, manjericão-de-molho, folhas-largas-dos-cozinheiros, manjericão-da-folha-larga, manjericão-doce.

Origem ou Habitat: Ásia tropical.

Características botânicas: É uma erva anual com caule quadrangular muito ramificado, quase glabro na base e com pelos macios no topo, cerca de 60 cm de altura, formando touceira. Folhas com 2,5 – 7,5 cm de comprimento, 1,5 – 4 cm de largura, simples, opostas, pecioladas, ovadas ou ovadas-lanceoladas, com margens serradas ou inteiras e ciliadas. Inflorescência tipo cacho terminal, com 6 flores em cada nó. Flores brancas ou ligeiramente violáceas, cerca de 0,8cm de comprimento, formando pseudo-umbelas axilares nas partes superiores dos ramos ou nas extremidades dos galhos.

Partes usadas: Folhas e sumidades floridas.

Uso popular: As folhas são usadas internamente como estomáquico, carminativo, antiespasmódico, em gastrite, constipação, em reumatismo, inflamação das mucosas do trato urogenital e, eventualmente, como diurético e galactagogo, além de estimulante do apetite. O infuso das partes aéreas é também indicado contra catarro, em casos de tosse, coqueluche, rouquidão (chá adicionado de gemada, uma gema de ovo batida com açúcar), em casos de inflamação das vias urinárias, e para casos de frieira. Externamente, o infuso é recomendado para banhos.

Como gargarejo em inflamações da garganta e aftas, bem como na preparação de compressas para feridas.

O extrato alcoólico pode ser incorporado em pomadas para o tratamento de feridas de difícil cicatrização.

Composição química: Nas partes aéreas: óleo essencial contendo linalol, estragol, eugenol, pineno, cineol, lineol, cinamato de metila, etc.; flavonóides principalmente xantomicrol e heterosídeos da quercetina e do kaempferol; cumarina (esculetina);

Análise alimentícia sobre 100 g de folhas frescas: calorias 43, água 86,5%, proteínas 3,3g, lipídeos 1,2g, hidratos de carbono 7g, fibras 2g, cinzas 2g, cálcio 320mg, fósforo 38mg, ferro 4,8mg, sódio 12mg, potássio 429mg, caroteno 4500ug, tiamina 0,08mg, riboflavina 0,35mg, niacina 0,80mg e ácido ascórbico 27mg.

Ações farmacológicas: A atividade anti-ulcerogênica de extratos aquosos e metanólicos das folhas parece estar relacionada aos flavonóides presentes.

O óleo essencial possui atividades anti-helmíntica, antifúngica in vitro e antimicrobiana.

Interações medicamentosas: Não há relatos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Nas doses indicadas não apresenta toxicidade. Evitar o uso do óleo essencial.

Contra-indicações: O chá não é adequado durante a gravidez.

Posologia e modo de uso:  O infuso é preparado com 1 – 2 colheres de chá (2 – 4 g) de folhas rasuradas adicionadas a 150 ml de água fervente, se necessário use durante 15 dias e faça uma pausa de 7 dias.

pode ser usada a tintura de alfavaca para tratar micose de unha, uma gota embaixo da unha 2 vezes ao dia.

Observações: Existem várias raças, subespécies ou quimiotipos de Ocimum basilicum L., além de outras espécies de Ocimum. O Ocimum americanum L. também conhecido como manjericão ou manjericão de folha miúda (foto abaixo) é usada para os mesmos fins da O. basilicum L.. Outra espécie (Ocimum sp.) muito apreciada na Ilha de Santa Catarina é chamada alfavaca de peixe (foto abaixo).

 

Referências: 
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

CORDEIRO, H.M. et al. Atividade antifúngica in vitro de óleos essenciais contra o gênero Tri-Chophyton. In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 151.

GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

NAKAMURA, C.V. Atividade antifúngica do óleo essencial de Ocimum gratissimum L. In: In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 125.

POUSSET, J. L. Plantes Medicinales Africaines: Utilization Pratique. Paris: Agence de Cooperation Ellipses Culturelle et Technique, 1989.

THESEN, R.; SCHULZ, M.¡ BRAUN, R. Ganz oder teilweise negativ bewertete Arzneistoffe. Basilicumöl Pharm. Ztg., v.137, n.38, p.2-2900, 1992.

VAN HELLEMONT, J. Compendium de phytothérapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986.

http://www.tropicos.org Acesso em: 17 de maio de 2011.

http://www.hawriverprogram.org/NCPlants/Ocimum_basilicum_page.html Acesso em: 03 de junho de 2011.

Tags: AftasAntiespasmódicoCarminativaCatarroConstipaçãoDiuréticoGastriteReumatismoRouquidãoTosse

ALCACHOFRA

27/12/2019 00:31

Cynara scolymus  L.

Asteraceae (antiga Compositae) 


Sinonímias: Cynara cardunculus L., Cynara cardunculus subsp. cardunculus L.

Nomes populares: Alcachofra, alcachofra-comum, alcachofra-cultivada, alcachofra-da-horta, alcachofra-rosa, carciofo, artichaut etc.

Origem ou Habitat: Originária do Mediterrâneo.

Características botânicas: É uma planta perene que pertence a família da asteraceae. Apresenta folhas grandes, talo longo pouco ramificado e um capítulo floral grande, composto por um receptáculo carnoso e numerosas flores de cor azul violeta ou púrpuras, implantadas sobre cálices provido de brácteas, que aparecem durante a segunda metade do verão. As folhas são simples e apresentam sabor amargo. Quando jovens, são sésseis e, quando maduras, apresentam um pecíolo curto. Quando totalmente desenvolvida varia de aproximadamente 70 cm a 120 cm de comprimento e 30cm a 55cm de largura.

Partes usadas: Brácteas e folhas.

Uso popular: Por terem uma concentração maior dos componentes da planta as folhas são a principal parte da planta quando se trata do uso medicinal, mas as brácteas tem um importante valor nutricional.
São utilizadas para fins medicinais envolvendo principalmente queixas no sistema digestivo, dispepsia, melhora no metabolismo lipídico, colagogo, náuseas, flatulência, diurético, urticária, asma e eczema além de melhorar o sistema urinário também.
Tem uma grande capacidade de diminuir a glicose pós prandial, diminuir os níveis de colesterol, triglicerídeos e LDL além de aumentar os níveis HDL, o que está associado ao seu uso para emagrecimento e controle de peso, auxiliando consequentemente no controle de comorbidades associadas com os níveis lipídicos como problemas cardiovasculares. É também muito usada pela sua capacidade hepato protetora, sendo inclusive responsável pela normalização de marcadores de danos hepáticos em estudos com ratos em uso de altas doses de paracetamol.

Composição química: Extensivos estudos têm se debruçado sobre a composição química das partes da alcachofra haja visto a sua importância na medicina cultural. Todos os estudos relatam uma quantidade grande de compostos fenólicos, flavonoide e taninos na composição de todas as partes desta planta mas principalmente nas folhas, substâncias que são responsáveis pelos efeitos fitoterápicos da planta. Em um estudo realizado com plantas cultivadas na Mongólia foram avaliadas a composição de flores, folhas e raízes em relação a quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitamina C; além de realizar uma análise fitoquímica comprovando a presença de compostos fenólicos, flavonoides e saponinas em todas as partes da planta, quantidade dos compostos foi avaliada também, sendo evidenciado diferentes concentrações nas partes, sendo as folhas da planta onde se encontravam em maior concentração.

Outro estudo, mais focado na caracterização dos compostos fenólicos presentes no extrato metanólico de folhas de Cynara scolymus compradas na região de Granada na Espanha, conseguiu identificar cerca de 61 compostos fenólicos, dentre os quais 34 foram identificados pela primeira vez. Dentre os compostos fenólicos caracterizados no estudo estão classificados em hidroxibenzóicos; hidroxicinâmicos (Ácido clorogênico, Ácido monocaffeoilquinico, Ácido dicafeoilquínico e derivados); flavonol (Rutin I e II); flavona (Luteolina, Apigenina, Cinaroside, Veronicastroside e derivados) e lignana.

Ações farmacológicas: As ações farmacológicas derivadas da Cynara scolymus são provenientes dos seus compostos majoritários ou de possíveis sinergias que aconteça com os compostos presentes no extrato. Estudos tentam elucidar como os componentes majoritários já identificados possam atuar nas células a fim de proporcionar os efeitos obtidos, alguns desses modelos atribuem a os efeitos redutores de peso a capacidade do extrato de inibir enzimas digestivas como a 𝛂-amilase, bloquear enzimas digestivas é uma maneira eficiente de diminuir a absorção de açúcares e proporciona uma sensação de saciedade.
A modulação do perfil lipídico pelo extrato das folhas acontece principalmente pela ação do ácido clorogênico e luteolin nas células hepáticas. Luteolin consegue diminuir a expressão de HNF4α (fator nuclear de hepatócito 4α) que consequentemente diminui a síntese de colesterol pela inibição da SREBP-2 (Proteínas de Ligação a Elemento Regulador de Esterol) e HMG-CoA Redutase. A redução na expressão de HNF4α também diminui a síntese de apolipoproteína B, diminuindo os níveis de LDL e VLDL. O ácido clorogênico consegue também diminuir a síntese de de colesterol por estimular AMPK e consequentemente diminuir a SREBP-2, é possível que o ácido clorogênico ainda tenha a capacidade de diminuir os níveis de triglicerídeos através da estimulação de Carnitina Palmitoil Transferase (CPT) que aumenta a β-oxidação e inibe a malonil-CoA.
A alcachofra ainda tem uma capacidade de modulação do sistema antioxidante nos hepatócitos, visto principalmente pelos resultados positivos no níveis de transaminases e ROS encontrados em experimentos com administração de extrato de folhas, os compostos mais prováveis de serem os responsáveis por esse efeito sendo o ácido cafeoilquínico e luteolin, estas têm potencial de diminuir a cascata de sinais da TLR4, que ativa a NF-κB. A NF-κB no núcleo consegue estimular várias citocinas pró-inflamatórias que vão danificar a célula e sua membrana consequentemente levando ao aumento dos níveis de transaminases no sangue.
Outra substância encontrada em abundância na alcachofra é o Inulin, este tem capacidade de modular o perfil lipídico através do ciclo entero hepático, quando ingerida em quantidade suficiente a inulina no intestino aumenta a demanda de sais biliares in situ, e diminui o retorno ao fígado fazendo assim com que o fígado aumente a bioconversão de colesterol em sais biliares e a sua excreção, levando a uma diminuição nos níveis de VLDL e LDL.

Interações medicamentosas: Não há estudos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A alcachofra está na cultura alimentar e medicinal de várias populações pelos séculos, a evidência da sua segurança é clara pela falta de relatos de intoxicações, apesar de reações alérgicas já terem sido reportadas em doses recomendadas. Apesar disso, a sua dose letal (LD50) foi identificada como sendo cerca de 2000 mg/Kg em ratos wistar.

Contra-indicações: A alcachofra é contra indicada na gravidez pelo seu efeito emenagogo e na lactação pela possibilidade de o leite materno ficar amargo. Além disso, para casos de cálculo biliar. Igualmente, em caso de fermentação intestinal ou alergias à alcachofra ou a outras plantas da mesma família, a utilização é igualmente contra indicada.

Posologia e modo de uso: Chás (infusão ou decocção): 10g de folhas em um litro de água, uma xícara após as refeições principais. Pode ser adicionado menta, ou outro corretor organoléptico para amenizar o gosto amargo da planta. Após o preparo, este deve ser consumido de imediato, uma vez que, com o tempo, podem surgir substâncias tóxicas derivadas das reações provenientes do preparo. O chá de alcachofra pode ser ingerido por períodos prolongados.
Folhas secas e trituradas: 5 a 10 g/dia misturadas em água morna;
Extrato seco (5:1): 1 a 2 g/dia, 3x ao dia, preferencialmente após as refeições;
Extrato fluído (1 g= 50 gotas): 6 a 15 g/dia, 3x ao dia, após as refeições;
Tintura alcoólica a 30%: 35 gotas após as principais refeições;
Alimentação: As inflorescências imaturas (cabeças) são alimentos de baixo valor calórico, ricos em fibras, minerais, compostos bioativos e ferro, pequeno teor de gorduras e rico em inulina (tipo de carboidrato), especialmente indicados para pacientes diabéticos, obesos, obstipados e anêmicos.

Observações: Aspectos nutricionais: O alto conteúdo de ferro encontrado na planta a torna indicada para pessoas com anemia. Em razão de ser um vegetal com baixo valor calórico, rico em fibras e baixo teor de gorduras, e com um conteúdo hidrocarbonado na sua maioria formado pela inulina (não gera glicose ao ser degradada), é indicada especialmente na dieta de pessoas com diabetes, constipação e obesidade

Referências: 

ABU-REIDAH, I. M. et al. Extensive characterisation of bioactive phenolic constituents from globe artichoke (Cynara scolymus L.) by HPLC–DAD-ESI-QTOF-MS. Food Chemistry, v. 141, n. 3, p. 2269–2277, dez. 2013.

BEN SALEM, M. et al. Protective effects of Cynara scolymus leaves extract on metabolic disorders and oxidative stress in alloxan-diabetic rats. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 17, n. 1, p. 328, dez. 2017.

EL MORSY, E. M.; KAMEL, R. Protective effect of artichoke leaf extract against paracetamol-induced hepatotoxicity in rats. Pharmaceutical Biology, v. 53, n. 2, p. 167–173, fev. 2015.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018a.

MAHBOUBI, M. Cynara scolymus (artichoke) and its efficacy in management of obesity. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 56, n. 2, p. 115–120, dez. 2018b.

SAFAT, A. A. et al. Evaluation of lipid-lowering effect of Cynara scolymus extract-loaded mesoporous silica nanoparticles on ultra-lipid-fed mice. Comparative Clinical Pathology, v. 27, n. 2, p. 513–518, mar. 2018.

SANTOS, H. O.; BUENO, A. A.; MOTA, J. F. The effect of artichoke on lipid profile: A review of possible mechanisms of action. Pharmacological Research, v. 137, p. 170–178, nov. 2018.

SCHÜTZ, K. et al. Characterization and quantification of anthocyanins in selected artichoke (Cynara scolymus L.) cultivars by HPLC–DAD–ESI–MS n. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 384, n. 7–8, p. 1511–1517, 30 mar. 2006.

TSEVEGSUREN, N.; DAVAAKHUU, G.; UDVAL, T. Phytochemical analysis of Cynara scolymus L. cultivated in Mongolia. Mongolian Journal of Chemistry, v. 15, p. 40–42, 12 dez. 2014.

ZURLO, B. D. C. et al. GUIA DE PLANTAS MEDICINAIS XAMÂNICAS E INDÍGENAS. Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 2016.

Tags: AsmaConstipaçãoDiuréticoHepatoprotetoraHipoglicemianteHipolipemianteIcterícia

AGRIÃO

26/12/2019 10:59

Nasturtium officinale   W.T. Aiton.

Brassicaceae 


Sinonímias:Segundo o Tropicos.org (site de nomenclatura botânica)existem 57 sinonímias para esta espécie, citaremos algumas: Sisymbrium nasturtium-aquaticum L., Cardaminum nasturtium Moench, Cardamine nasturtium-aquaticum (L.) Borbás, Radicula nasturtium-aquaticum (L.) Britten & Rendle, etc.

Nomes populares: agrião, agrião-aquático, agrião-d’água, agrião-da-europa, agrião-das-fontes, agrião-de-lugares-úmidos, agrião-oficial, berro, berro-d’água, mastruço-dos-rios, nastúrcio, etc.

Origem ou Habitat: Europa.

Características botânicas: Herbácea perene, de porte pequeno, aquática, aromática, de 15 até 80 cm de altura. Têm ramos ocos, decumbentes e suculentos, livremente radicantes, com nós que, em contato com a terra, enraízam. Possui raízes adventícias, folhas verde escuras, alternas, compostas pinadas e ovais, com folíolos irregulares, de 5 a 13 cm de comprimento. Flores pequenas, brancas, de 4 a 5 mm de diâmetro, reunidas em panículas terminais. Multiplica-se por sementes e por estaquia, devendo ser plantada na beira de córregos com água corrente. Nativa da Europa e Ásia (Drescher, 2001; Lorenzi & Matos, 2002; Alonso, 2004).

Partes usadas: Folhas e talos.

Uso popular: É indicado em afecções do sistema respiratório, como asma, bronquite e tosse (Corrêa, et al., 1998; Cunha, 2003). Empregado popularmente como tônico e estimulante dos órgãos digestivos, diurética e vermífuga, antiescorbútica, útil no combate ao raquitismo, contra escrofulose, tendo propriedades laxantes, contraceptiva e afrodisíaca. As folhas, na forma de salada, são indicadas contra o bócio, anemia, tuberculose, diabetes e como antídoto aos efeitos tóxicos da nicotina (Lorenzi & Matos, 2002; Alonso, 2004). É preconizada a sua ação cicatrizante, sendo utilizada na forma de cataplasma em uso externo, além de outras afecções dermatológicas, como caspa, acne, eczemas e furúnculos. Útil para diminuir a queda do cabelo (Lorenzi & Matos, 2002; Corrêa, et al., 1998; Alonso, 2004; Cunha, 2003). Indicada também para constipação, anemia carencial, quadros de astenia e dores de origem reumática (Corrêa, et al., 1998). Na Índia, os centros comunitários de saúde preconizam o uso do pó das folhas trituradas para o combate do parasita hepático Clonorchis sinensis, enquanto que na Alemanha utiliza-se tanto o suco como a infusão da planta como antisséptico em infecções do trato urinário (Alonso, 2004).

Composição química: O agrião contém gliconasturcina, o precursor glicosinolato do feniletil isotiocianato (PEITC), benzil glicosinolato e benzil isotiocianato (BITC) (Fetrow, 2000). Nas partes aéreas encontra-se provitamina A, vitaminas B2, B6, C e D, nicotinamida, manganês, ferro, fósforo, iodo, cálcio, L-fenilalanina (a maior parte se transforma em ácido benzóico, devido ao processo fisiológico do vegetal), rutina (72 mg/100 g), nitritos (3-fenilpropionitrilo, 8-metiltiooctanon-nitrilo, etc) e flavonoides (3-O-soforosídeos de ramnetina, ramnazina), megastigmano (Alonso, 2004). Possui ainda triterpenos e tetra-nortriterpenos (limonoides e protolimonoides do grupo gedunino), taninos (Cunha, 2003) e carotenos (Drescher, 2001; Kopsell, et al., 2007).

Em revisão literária da composição química também foram encontrados: glucosinolatos: gluconasturtiina, glucobrassicina, 4-metoxiglucobrassicina, 4-hidroxiglucobrassicina, glucoibarina. Carotenóides: β-caroteno, luteína e zeaxantina. Flavonoides: Quercetina, kaempferol e isoramnetina (Hakansson, 2018).

Análise proximal de 100 g da planta ingerida: calorias (21), proteínas (1,6g), gorduras totais (0,3 g), hidratos de carbono (2,9 g), fibra (1 g), água (93,5 g), sódio (12 mg), potássio (276 mg), cálcio (180 mg), fósforo (64 mg), magnésio (34 mg), ferro (3,1 mg), provitamina A (450 microg), vitaminas B1 (0,09 mg), B2 (0,20 mg), B3 (0,7 mg), B6 (0,30 mg), vitamina C (51-60 mg), iodo (0,048 mg na planta seca) (Alonso, 2004).

Ações farmacológicas: Os compostos sulfurados do agrião possuem propriedades expectorantes e antissépticas sobre a árvore respiratória. O organismo converte a gliconasturcina em feniletil isotiocianato (PEITC), que também é liberado quando se mastiga a planta fresca. Em modelos com animais, o PEITC e os isotiocianatos sintéticos atuaram como inibidores do carcinogênico específico do tabaco, a nitrosamina-4-(metilnitrosamino)-1-(3-piridil)-1-butanona (NNK) (Fetrow, 2000; Alonso, 2004). Os glicotiocianatos normalmente estimulam as secreções gástricas e biliares, principalmente após mascar as folhas do agrião. O feniletilsevenol é empregado na forma de loção capilar para diminuir a queda dos cabelos, existindo, inclusive, produtos comerciais com o composto (Alonso, 2004). O ácido benzóico, na forma isolada, evidenciou propriedades antissépticas, expectorantes, analgésicas, antifebris e anti-inflamatórias. O extrato metanólico das folhas demostrou propriedades anti-inflamatórias in vivo, enquanto o sumo das folhas do agrião evidenciou atividade inibitória in vitro sobre o Mycobacterium tuberculosis, em concentrações mínimas de 1:20 microlitros (Alonso, 2004). Em um estudo com cobaias submetidas à dieta rica em gorduras, a administração do extrato hidroalcoólico demonstrou potente atividade cardio-protetora, diminuindo níveis de triglicerídeos, colesterol total, LDL-colesterol, e aumentado os níveis de HDL-colesterol (Bahramikia & Yazdanparast, 2008).

Interações medicamentosas: O agrião pode inibir o metabolismo oxidativo do paracetamol, por isso deve-se evitar o uso concomitante (Fetrow, 2000). Por meio da sua interação com o sistema citocromal CYP2E1, inibe o metabolismo da droga clorzoxazona e interfere levemente com o metabolismo do etanol (Alonso, 2004).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Se consumida em doses elevadas ou por uso prolongado, pode produzir irritação das mucosas gástrica e urinária (Corrêa, et al., 1998; Drescher, 2001 Alonso, 2004). Cunha (2003) coloca que a ação irritativa sobre a mucosa gástrica se daria pelos taninos contidos na planta, enquanto os glicosinolatos poderiam originar bócio. A aplicação por via externa da planta em estado fresco pode levar a dermatite de contato em pessoas sensíveis, devido a presença de feniletil isotiocianatos (Alonso, 2004). Corrêa, et al (1998) e Drescher (2001) apontam risco de aborto em altas doses ou uso prolongado.

Contra-indicações: Não deve ser consumida durante o período de floração, por conter altas concentrações de glicosinolatos, tornando-se perigosa para o consumo humano neste período (Alonso, 2004). O extrato do agrião ainda não foi testado em situações de gravidez e lactação, por isso, seu uso não é recomendado durante estes períodos. Quanto à planta crua, em saladas, recomenda-se às gestantes não ingerir em altas quantidades. Contraindicado o uso interno do extrato em casos de úlceras gástricas ou duodenais, irritações na mucosa das vias urinárias, e em crianças menores de 4 anos (Alonso, 2004).

Posologia e modo de uso: Utiliza-se a infusão, com 2 g das folhas secas por xícara de água fervente (ou 10 g das folhas frescas), várias vezes ao dia, ou a sua decocção, fervendo por 3 minutos de 3 a 5 g de folhas frescas por xícara. Tomar 2 vezes por dia (Alonso, 2004; Cunha, 2003).

Para as afecções pulmonares, tosse e bronquite, é recomendado o seu xarope preparado com 1 colher de sopa de folhas e ramos picados em 1 xícara de água em fervura, adicionando ao seu coado 1 xícara de chá de açúcar cristal e fervendo-se novamente até derreter; em seguida acrescentar 1 colher de sopa de mel e tomar 1 colher de sopa, de 2 a 3 vezes por dia (Lorenzi & Matos, 2002). Pode-se usar o suco da planta, preparado a partir de 60-150 g das folhas, tomando de 3 a 4 colheres de sopa por dia (Alonso, 2004).

Para uso externo, contra problemas de pele (manchas, sardas, acnes, eczemas) e para problemas da mucosa oral (aftas e gengivites), recomenda-se o seu extrato alcoólico preparado com 2 colheres de sopa de folhas e ramos amassados, 1 xícara de café de álcool de cereais e 1 xícara de café de glicerina (Lorenzi & Matos, 2002).

Observações: O agrião é um importante vegetal para consumo humano já que a ingesta de 100 g oferece quase a dose diária requerida em adultos de vitamina C e boa parte das necessidades diárias de vitaminas A, B1, B2 e B6, e dos minerais cálcio e ferro. Para aproveitar o máximo do seu potencial nutritivo, aconselha-se eliminar a parte dura do caule e evitar as folhas em mau estado (Alonso, 2004).

O agrião é utilizado na medicina popular há muitos séculos. Hipócrates, o pai da medicina, recomendava a planta como expectorante (Alonso, 2004).

Referências: 

ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos – 1. ed.; Argentina, Rosario. Corpus Libros, 2004. Pp. 218-220.

BAHRAMIKIA, S. e YAZDANPARAST, R. Effect of hydroalcoholic extracts of Nasturtium officinale leaves on lipid profile in high-fat diet rats. Journal of Ethnopharmacoly 2008 Jan 4;115(1):116-21. Epub 2007 Sep 25. Acessado em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17980985?dopt=AbstractPlus.

CORRÊA, Anderson D., SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; QUINTAS, Luís E. M. Plantas Medicinais: Do Cultivo à Terapêutica. – 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. Pp. 65-66.

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. 2003. Pp. 78-79

DRESCHER, Lírio (coordenador). Herbanário da Terra – Plantas e Receitas. – 1. ed. 2001. Pp. 23.

HAKANSSON, R. B. Revisão literária da composição química das plantas constantes no site do Horto Didático de Plantas Medicinais da UFSC (parte I). Orientadora: Maique Weber Biavatti, TCC (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

FETROW, Charles W., AVILA, Juan R. Manual de Medicina Alternativa para o Profissional. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2000. Pp 44-46.

KOPSELL, DA., BARICKMAN, TC., SAMS, CE. e MCELROY, JS. Influence of Nitrogen and Sulfur on Biomass Production and Carotenoid and Glucosinolate Concentrations in Watercress (Nasturtium officinale R. Br.) Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2007, 55 (26), pp 10628–10634. Acessado em: http://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/jf072793f

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1a. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 191.

STUART, Malcolm. Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Ediciones Omega, S. A., Barcelona, 1981. Pp. 228.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 05 Jul 2011.

Tags: AnemiaAsmaBronquiteConstipaçãoDiuréticoLaxanteTuberculoseVermífuga