Catharanthus roseus (L.)G.Don.
Apocynaceae
Sinonímias: Vinca rosea L., Pervinca rosea (L.)Moench, Hottonia littoralis Lour., Lochnera rosea (L.)Rchb. ex Endl., Ammocallis rosea (L.) Small.
Nomes populares: Boa-noite, boa-tarde, flor-de-todo-ano, lavadeira, vinca-de-gato, vinca-rósea, vinca-de-madagascar; vinca mayor, pervinca tropical, flor del sapo (Espanha).
Origem ou Habitat: É originária da África, Ilha de Madagascar e espalhou-se para os países de clima tropical.
É cultivada em vários países para exploração industrial: Madagascar, Austrália, África do Sul, Índia, Israel, sul dos Estados Unidos, Antilhas e Brasil.
No Nordeste e em outras regiões do Brasil cresce espontaneamente, sendo cultivada em jardins e praças como ornamental
Características botânicas: Subarbusto perene, de até 80 cm de altura. Folhas verde-escuras, opostas, inteiras, ovaladas, luzidias e de ápice arredondado, medindo de 5-9 cm de comprimento. Flores solitárias ou geminadas, formadas por 5 pétalas e apresentam várias tonalidades: violáceas, rosadas, brancas e brancas com o centro avermelhado, presentes o ano inteiro. Fruto composto de dois folículos deiscentes, de até 3 cm de comprimento, com 24 a 33 sementes negras por folículo.
Partes usadas: Folhas e raízes (medicina tradicional); alcalóides extraídos da parte aérea (medicina moderna).
Uso popular: Esta planta tem alguns usos populares em seu país de origem, porém, o uso mais importante é feito pela medicina moderna quando extraiu e isolou os alcalóides, usados para tratar vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama e câncer de pulmão, câncer de útero, melanomas, e linfoma de Hodgkin e não Hodgkin.
Composição química: Foram isolados mais de 95 alcalóides, a maioria derivada do indol e dihidroindol. Estão presentes nas folhas, caules e raízes da vinca-de-madagascar.
Os alcalóides da vinca classificam-se em dois grupos:
– Monômeros: catarantina, vindolina, isovindolina, ajmalicina, serpentina (reserpina), aparicina, roseadina, roseamina, etc.(presentes em outras Apocynaceae)
– Dímeros: vincristina e vimblastina. (específicos desta planta)
Outros compostos: pigmentos flavônicos e antociânicos, ácido pirocatéquico, vincosídeos.
Alcalóides bisindólicos: Vimblastina, vincristina, vindolina, vingramina, metilvingramina, dentre outros.
Alcalóides indólicos monoterpênicos: Ajmalicina, serpentina, catarantina, dentre outros.
Flavonoides: Quercetina, canferol, malvidina, dentre outros
Ácidos Fenólicos: Ácido benzoico e seus derivados, ácido O-cumarico, ácido salicílico, ácido p-hidroxibenzóico, dentre outros.
Ações farmacológicas: Os alcalóides de Catharanthus roseus são empregados fundamentalmente na terapia oncológica.
Interações medicamentosas: A bromelaína, presente em Ananas comosus aumenta o efeito da vincristina.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os casos de toxicidade referem-se principalmente aos preparados farmacêuticos antitumorais elaborados com seus alcalóides. A vimblastina pode produzir depressão da medula óssea, leucopenia ou granulocitopenia, entre outros. A vincristina pode produzir trombocitopenia e alopecia. Ambos os alcalóides podem produzir náuseas, vômitos e diarréias ao ser administrado por via intravenosa.
Contra-indicações: Gravidez (os alcalóides da vinca são teratogênicos) e leucopenia severa.
Observações: São necessários 500 Kg da planta seca ou seja 4 toneladas da planta fresca, para obtenção de apenas 1 grama do alcalóide antileucêmico.
No estado americano da Luisiana, segundo a lei estadual de nº 159, foi-se proibido o cultivo, a posse e a venda da vinca-de-madagáscar por seu risco se consumida via oral.
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