VIOLETA-DE-JARDIM

24/02/2020 18:49

Viola odorata  L.

Violaceae


SinonímiasViola hirta L., Viola wiedemannii Boiss.

Nomes populares: Violeta-de-jardim, violeta-perfumada, violeta-de-cheiro, violeta-européia, viola-roxa.

Origem ou Habitat: Europa. No Brasil é cultivada nas regiões Sul e Sudeste.

Características botânicas: Herbácea perene, sem caule aéreo, estolonífera, medindo cerca de 10-15 cm. Folhas em roseta, simples, longo-pecioladas, cordiforme-arredondada, medindo de 3-6 cm de comprimento. Flores perfumadas, de cor violeta-escuras, solitárias sobre um pedúnculo radical.

Partes usadas: Flores, folhas, raiz, sementes.

Uso popular: Na medicina caseira é usada para afecções bronco-respiratórias, emética e purgativa, emoliente, antiespasmódica, anti-inflamatória, diurética e sudorífica. São usadas para afecções gástricas. Externamente, pode-se usar a decocção das raízes secas sobre as articulações doloridas.

As flores são melíferas e usadas na culinária no preparo de saladas. As folhas mais jovens são utilizadas para sopas e saladas.

Composição química: Possui em sua composição fitoquímica salicilato de metila, saponina, alcalóide (odorantina nas raízes, escopoletina planta toda, violina nas flores e raízes), violaquercitrina, resinas, mucilagens, antocianina, vitamina C, ácidos (ferúlico, sinápico, málico, octenóico, octílico, palmítico, nitropropiônico, salicílico), flavonóides (quercitina, rutina.

Ações farmacológicas: Emética, emoliente, expectorante, depurativa, anti-séptica.

Observações: 

Além da Viola odorata L., outra espécie exótica é também cultivada no Sul e Sudeste como ornamental, conhecida como “amor-perfeito”: Viola tricolor L.

No Sul e Sudeste do Brasil existem 3 espécies endêmicas de Viola que foram consideradas vulneráveis e estão em perigo de extinção: Viola cerasifolia A.St.-Hil., Viola gracillima A.St.-Hil. e Viola subdimidiata A.St.-Hil.

Referências: 

DELAVEAU,P. et al. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa: Lisgrafica, 1983.

LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.botanical-online.com/medicinalsvioleta.htm/ Acesso 20 Maio 2016.

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br – acesso em 17 de setembro de 2013.

http://www.tropicos.org/Name/33800067 – acesso em 17 de setembro de 2013.

Tags: Anti-inflamatórioAntiespasmódicoDiuréticoEméticaEmolientesPurgativoSudorífica

SABUGUEIRO

19/02/2020 23:52

Sambucus australis   Chamisso et Schlechtendal.

Adoxaceae (Caprifoliaceae)


SinonímiasSambucus pentagynia Larrañaga.

Nomes populares: Acapora, sabugueiro-do-brasil, sabugueiro-do-rio-grande.

Origem ou Habitat: Sul da América do Sul.

Características botânicas: Sambucus australis é uma árvore de 3 a 8 m de altura, folhas com 18-26 cm de comprimento, compostas, imparipenadas, 5-13 folíolos oblongo-lanceoladas de 3,5 – 9,5 cm de comprimento e 1,2 – 3,0 cm de largura, margens dentadas, membranáceas, glabras, opostas-cruzadas, pecioladas, estípulas e estipelas presentes. Inflorescência em cimas corimbosas terminais. Flores brancas, pequenas de 0,5 – 1,2 cm de diâmetro, corola com 4-5 pétalas, estames no mesmo número de pétalas. Fruto drupa globosa, negra e brilhante.

Existe uma espécie de sabugueiro europeu cultivada no Brasil, Sambucus nigra L.; se diferencia da espécie nativa de Santa Catarina (S. australis Cham. et Schlecht.) especialmente na forma e no número de folíolos. A espécie européia apresenta folíolos elípticos, de margem dentada, em número de 3-7 e a espécie nativa apresenta folíolos ovados-lanceolados, de margem serrada, em número de 7-13 (SIMÕES et al., 1986).

Partes usadas: Flores secas, entre-casca e folhas. Na lista da ANVISA a parte indicada como remédio são as flores do sabugueiro.

Uso popular: No que se refere ao uso terapêutico, de maneira geral, os usos medicinais da espécie do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) coincidem com os da espécie nativa (Sambucus australis)(SCHULTZ, 1985). Esta última é uma planta cultivada como ornamental e cujas flores têm cheiro de mel.

Os frutos são comestíveis (PIO CORRÊA, 1926-1978).

Segundo as comunidades da Ilha de Santa Catarina as flores ou folhas de Sambucus australis são empregadas na forma de infuso e decocto, interna e externamente em enfermidades virais , como sarampo e rubéola, gripes e resfriados.

Na relação das plantas da ANVISA é indicada para gripe e resfriado

Na literatura as flores (inflorescência), frutos (bagas), folhas, cascas, córtex e medula do caule de Sambucus nigra são empregadas de várias formas, como compressas, cataplasmas, decocção e infusão (HOPPE, 1981; SCHULTZ, 1985; SIMÕES et al., 1986; SCHILCHER, 1992; BISSET, 1994).

As flores de S. nigra são extensamente utilizadas para afecções respiratórias (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); como diurético, sudorífico, antirreumático, emético, purgativo e laxante. Sob a forma de cataplasma ou compressa, as flores são usadas em inflamações em geral e, também, em dermatoses e furúnculos, pelas suas propriedades adstringente, cicatrizante e emoliente (ZIN & WEISS, 1980; SIMÕES et al., 1986).

Esta planta tem utilização farmacêutica como diaforético, em associações medicamentosas indicadas em resfriados (SIMÕES et al., 1986).

Composição química: As flores do sabugueiro europeu (Sambucus nigra) contêm um pequeno percentual de óleo essencial, constituído de ácidos graxos, alcanos e triterpenos (SIMÕES et al., 1986; BISSET, 1994); contêm também flavonóides sendo a rutina o principal além de quercitrina, iso quercitrina, hiperosídio e astragalina (BISSET, 1994). São encontrados também os ácidos p-cumárico, clorogênico, cafêico e ferúlico (BISSET, 1994), taninos, açúcares, mucilagem e pectina (SIMÕES et al., 1986).

As folhas contêm flavonóides (HOPPE, 1981; SIMÕES et al., 1986), esteróis, alcanos, ácidos graxos, taninos, triterpenos, açúcares, resinas e vitamina C (SIMÕES et al., 1986), sambucina e sambunigrina (glicosídeo cianogênico) (HOPPE, 1981).

Ações farmacológicas: Aos ácidos fenólicos é atribuída a atividade diurética e à mucilagem, a propriedade emoliente (SIMÕES et al., 1986). Testes em pessoas sadias demonstraram uma sudorese aumentada com a utilização do chá das flores de sabugueiro em comparação com o uso apenas de água quente (BISSET, 1994).

Interações medicamentosas: Não há evidências clinicas de interação com medicamentos; estudos in vitro demonstraram uma possível interação com hipoglicemiantes.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Pode haver mal estar gástrico ou alergia em pessoas sensíveis. O uso em dose maior que a recomendada pode causar hipocalemia (perda de potássio )(anvisa)

Os frutos imaturos são tóxicos.

Contra-indicações: Deve-se evitar o uso em grávidas e crianças menores que dois anos.

Posologia e modo de uso: A decocção é obtida com 2 colheres de sopa de flores para ½ litro de água tomados durante o dia.

A infusão é preparada com 2 g de flores para 150 ml de água fervente por 5-10 minutos tres vezes ao dia (BISSET, 1994).

Observações: Popularmente é dito que põe o sarampo para fora.

Referências: 

BISSET, N. G. (ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994

MILLIAMSON, E. DRIVER, S. BAXTER, K. (ed.) Stockley’s Herbal,Medicines Interactions: A guide to the interactions of herbal medicines, dietary supplements and nutraceuticals with conventional medicines. London: Pharmaceutical Press, 2009.

SIMÕES, C.M.O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986

http://www.anvisa.gov.br

file:///E:/natural%20teratments.htm(acesso em 11/05/2011)

www.tropicos.org – acesso em 20 de maio de 2011.

Tags: Anti-inflamatórioAnti-reumáticoCataplasmaCicatrizanteDiaforéticoDiuréticoEméticaEmolientesGripeLaxantePurgativoResfriadoSudorífica