ANDIROBA
Carapa guianensis Aubl.
Sinonímias:Carapa nicaraguensis C.DC., Granatum guianense (Aubl.)Kuntze, entre outros.
Nomes populares: Andiroba, andiroba-saruba, carapá, carape, nandiroba, yani, tibiru, aboridan, cedro-macho, e outros.
Origem ou Habitat: Esta árvore é própria de climas tropicais úmidos (América do Sul na Região Amazônica, em várzeas secas e alagadiças; América Central e África).
Características botânicas: Árvore de grande porte, atingindo 30 m de altura. Casca grossa e amarga, facilmente destacável em grandes lascas ou placas. Folhas compostas, longo-pecioladas, pinadas, de 80-120 cm de comprimento com 12 a 18 folíolos opostos, de cor verde-escuro. Inflorescência axilar em panículas, de 30 cm de comprimento, com flores pequenas, perfumadas, de cor creme. O fruto é uma cápsula lenhosa e subglobosa, deiscente de quatro valvas que se separam e liberam de 4 a 12 sementes de 4-5 cm de comprimento.
Partes usadas: Sementes, folhas, flores e cascas.
Uso popular: O óleo extraído das sementes de andiroba é usado como repelente de insetos e problemas da pele, como cicatrizante e anti-inflamatório. Infusões e decocções com suas folhas, flores e córtex são recomendadas popularmente como anti-inflamatória, analgésica, antibacteriana, anti-parasitária, antifebril, anti-tumoral. O óleo é usado em cosmética como emoliente e hidratante. A casca amarga é considerada um bom coadjuvante como parasiticida e febrífugo.
Composição química: Óleo das sementes:(30-60%) estearina, oleína, palmitina, glicerina, ácidos palmítico, linolênico, mirístico, linolêico, esteárico, araquidônico e palmitoleico. (Alonso, 2004; Lorenzi & Matos, 2002; Revilla, 2000).
A fração não saponificável(2-5%) do óleo das sementes de andiroba é composto por diferentes tetranortriterpenóides chamados de limonóides: 6alfa-acetoxygedunin (C30H36O8), 7-deacetoxy-7-oxogedunin (C26H30O6), andirobin (C27H32O7), gedunin (C28H34O7), methyl-angolensate (C27H34O7) (art.2, scifinder), entre outros.
Na composição do óleo essencial das folhas foram identificados 23 compostos, dos quais os mais abundantes são: biciclogermacreno, alfa-humuleno, B-germacreno e trans-b-cariofileno.
No óleo das flores foram encontrados limonóides chamados de andirolides Q,R,S,T,L,V; gedunin, andirobin, mexicanolides.
- Limonoides: Carapanolidos A – X, guianolídeos A e B, andirolideos A – Y, 6α-acetoxigedunina, 7-desacetoxi-7-oxogedunina, 7-desacetilgedunina, 6α-acetoxi-7-desacetilgedunina, 7-desacetoxi-7α-hidroxidunidina, 6α-hidroxidunidina, dentre outros.
- Geduninas: Guianensis, gedunina, 6α-acetoxigedunina e 7-desacetoxi-7-oxogedunina.
- Óleo essencial: β-cariofileno, α –humuleno, germacreno, dentre outros.
Ações farmacológicas: Antifebril, anti-inflamatório, cicatrizante, antimicrobiano,
Os andirolides S e T apresentaram atividade citotóxica contra linhas de células de leucemia.(art.17 scifinder).
Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.
Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.
Contra-indicações: Não encontrado na literatura pesquisada. Por precaução, as gestantes e lactantes devem evitar o uso interno.
Posologia e modo de uso: Uso externo: O óleo das sementes: como repelente de insetos, inclusive o “mucuim”, ácaro microscópico que ataca a pele de pessoas que andam na mata; para tratar feridas, artrite, distensões musculares; afecções da pele, inclusive psoríase; como cicatrizante e anti-inflamatório,
Decocção das cascas e folhas a 20% para afecções da pele;
Fitocosmético: xampus, cremes, loções.
Uso interno: Decocção das cascas a 10% para combater febres e vermes intestinais.
Sementes são purgativas.
Observações: O óleo de andiroba é muito usado na região amazônica para iluminação das malocas e para lustrar móveis.
Fórmula dermatológica patenteada nos EEUU: composição tópica contendo óleo de andiroba, calêndula, camomila, lavanda e óleo de sementes de uva para psoríase e outras desordens dermatológicas como eczema e celulite.
Outras espécies:Carapa procera DC., Carapa touloucouna Guillem. ex Perr. e Carapa grandiflora Sprague.
Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
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