MALVA

13/02/2020 21:47

Malva sylvestris  L.

Malvaceae


Sinonímias: M. glabra Desrouss., M. hirsuta Vir., M. mauritiana L., M. obtusa Moench., M. sinensis Cav, M. vulgaris Ten.

Nomes populares: Malva selvagem, malva-maior.

Origem ou Habitat: Europa, oeste da Ásia e norte da África.

Características botânicas: A espécie M. sylvestris é glabra ou pilosa, com até 1 m de altura. Possui folhas alternas simples, 3 – 7 lobadas, de 6 – 12 cm de diâmetro, longo pecioladas, com poucos pelos, palminérvea, com margem irregularmente serrada.

Flores hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, lilás a violáceas reunidas em inflorescência axilares do tipo fascículo; cálice com 5 pétalas estreitas na base e bilobadas no ápice e linhas longitudinais escuras, muitos estames soldados pelos filetes, formando um tubo proeminente na flor, anteras lilases.

Partes usadas: Folhas, flores e frutos.

Uso popular: Suas folhas, flores e frutos são empregados na forma de infusão no tratamento de bronquite crônica, tosse, asma, enfisema pulmonar e coqueluche, bem como nos casos de colite e constipação intestinal. Em dose excessiva é laxativo. Externamente, na forma de banho localizado, é empregada contra afecções da pele, contusões, furúnculos, abscessos e picadas de insetos e, na forma de bochechos e gargarejos, contra inflamações e afecções da boca e garganta

Composição química: As folhas e flores contém mucilagem (10% e 20%), menores quantidades de caroteno, vitamina C e do complexo B. As sementes contém 18 a 25% de proteínas e 35% de gordura. As flores ainda possuem antocianinas (malvidin 3,5-diglicosídeo (malvidina), malvidin 3-glicosídeo e cyanidin 3-glicosídeo), cuja concentração usual em infusões é suficiente para a ação terapêutica em tratamentos da tosse. Também estão presentes pequena quantidade de taninos (ácido rosmarínico) e proantocianidinas.

Segundo estudos recentes, são considerados nutracêuticos e antioxidantes: flavonóides, fenóis, carotenóides, tocoferóis, ácidos graxos insaturados (ácido a- linolênico), e minerais. (BARROS, 2010).

Ações farmacológicas: A ação demulcente das mucilagens, bem como de outros polissacarídeos, está descrita na literatura e justificaria o emprego deste vegetal em inflamação gastrointestinal.

Foram realizados ensaios clínicos com 120 pacientes com diversas afecções do trato respiratório, principalmente bronquite crônica, classificados como excelentes ou bons, abrangeram 77% dos casos, validando o seu uso nestas indicações.

Posologia e modo de uso: As flores (uma colher de chá-em média 2g)e as folhas (uma colher de sobremesa– em média 5g) podem ser empregadas sob a forma de infuso em uma xícara de chá..

Observações: Esta espécie Malva sylvestris não é encontrada em hortas caseiras no Brasil.

A espécie encontrada nas hortas caseiras é a Malva parviflora, conhecida popularmente como malva-de-dente.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BARROS, Lillian; Carvalho, Ana Maria; Ferreira, Isabel C. F. R. – ” Leaves, flowers, immature fruits and leafy flowered stems of Malva sylvestris: A comparative study of the nutraceutical potential and composition.” – From Food and Chemical Toxicology (2010), 48(6), 1466-1472. (Scifinder) Acesso 23 NOV 2015.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

GILMAN. A.G.; GOODMAN, L.S.; GILMAN. A. (Eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983, v.2.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

WYK, Ben-Erik van & WINK Michael “MEDICINAL PLANTS OF THE WORLD”, Timber Press, Portland, Oregon/U.S.A. 2004.

Tags: Anti-inflamatórioAsmaBronquiteColiteContusõesLaxativasTosse

MACELA-DO-NORDESTE

13/02/2020 21:43

Egletes viscosa  (L.) Less.

Asteraceae (antiga Compositae)


SinonímiasCotula viscosa L., Egletes floribunda Poepp., Egletes obovata Benth.

Nomes populares: Macela, macela-da-terra, macela-do-sertão, chá-da-lagoa, losna-do-mato.

Origem ou Habitat: Nativa da América Tropical, incluindo o Brasil, onde ocorre do Piauí até Mato Grosso.

Características botânicas: Erva anual, prostrada, 10-30 cm de altura, aromática. Caule e ramos com pelos glanduloso-viscosos. Folhas simples, alternas, curto-pecioladas; lâmina 3-7 cm comprimento, partida, verde-cinérea. Inflorescências em capítulos globosos, 5-7 mm de diâmetro. Flores marginais com lígulas estreitas, 1-2 mm; flores centrais tubulosas, monoclinas, amareladas. Fruto aquênio, 2-3 cm, com papus coroniformes, crassos.

Cresce às margens de lagoas, açudes, riachos, no início do verão, após a baixa das águas.

Partes usadas: Folhas, capítulos florais e ramos.

Uso popular: São usados no Nordeste para tratamento caseiro de problemas digestivos e intestinais, cólicas, azia, má digestão, diarreia, enxaqueca e irregularidades menstruais.

Composição química: Óleo essencial: pinano, b-pineno, acetato de trans-pinocarveila, acetato de carveila, acetato de mirtenila e acetato de sabinila (substâncias responsáveis pelo seu odor característico). Entre os constituintes não voláteis o principal componente é o diterpeno ácido centipédico, o acetato da lactona do ácido hautriwaico (diterpeno tanabalina), a ternatina e outros flavonóides minoritários.

Um novo glicosídeo labdano, 8α-Hydroxylabd-14(15)-ene 13(S)-O-β-D-ribopyranoside, foi isolado a partir das partes aéreas de E. viscosa, juntamente com 13-epi- Sclareol, barbatol, tarapacol, espinasterol, ternatina e triacontano.

Estudos anteriores revelaram a existência de dois quimiotipos de macela-do-nordeste (Egletes viscosa), cujos óleos essenciais são caracterizados pela presença de acetato trans- pinocarveol (quimiotipo A) ou acetato cis-isopinocanfeil (quimiotipo B).

Ações farmacológicas: Os estudos com a Ternatina demonstraram propriedades antiinflamatória, antiespasmódica, ação antiviral e protetoras do estômago e fígado. O ácido centipédico exerce um efeito antioxidante.

Interações medicamentosas: Não encontrado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado.

Contra-indicações: Por falta de maiores estudos, evitar o uso na gravidez e lactação.

Posologia e modo de uso: Os capítulos florais são usados na forma de infusão ou tintura. A infusão é preparada na ocasião do uso, com 1 a 2 g de inflorescência seca para 1 xícara de água fervente.

Observações: Existem duas espécies, da mesma família Asteraceae, com nomes parecidos, a marcela-do-sul, Achyrocline satureioides e a macela-do-reino ou rainha-das-ervas Tanacetum parthenium. Fotos abaixo para comparação.

Todas as “marcelas” citadas possuem usos semelhantes.

Referências: 

ARTUR e SILVA-FILHO, Francisco; Lima, Mary Anne S.; Bezerra, Antonio Marcos E.; Braz Filho, Raimundo; Silveira, Edilberto R. “A labdane diterpene from the aerial parts of Egletes viscosa(L.)Less”. From Journal of the Brazilian Chemical Society (2007), 18(7), 1374-1378. Acesso 24 Abril 2015.

BATISTA, Jose M. M.; Torres, Davi C.; Jorge, Daniel M. de M.; Soares, Carlos E. A.; Bezerra, Walderly M.; Silveira, Edilberto R.; Grangeiro, Thalles B. – Molecular identification and phylogenetic analysis of Egletes viscosa (L.) Less., a traditional medicinal plant from northeastern Brazil. From Journal of the Brazilian Chemical Society (2012), 23(5), 818-824. Acesso 24 Abril 2015.

CALOU, Iana Bantim Felicio; Sousa, Daniel Italo Maia; Cunha, Geanne Matos de Andrade; Brito, Gerly Anne de Castro; Silveira, Edilberto Rocha; Rao, Vietla Satyanarayana; Santos, Flavia Almeida “Topically applied diterpenoids from Egletes viscosa (Asteraceae) attenuate the dermal inflammation in mouse ear induced by tetradecanoylphorbol 13-​acetate- and oxazolone”. From Biological & Pharmaceutical Bulletin (2008), 31(8), 1511-1516. Acesso 24 Abril 2015.

http://www.cnip.org.br/PFNMs/macela.html – Acesso 24 Abril 2015.

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

LIMA, J.L. et al. Plantas Medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil, Campina Grande, 2006.

http://www.queremedio.com/natural/book/export/html/118 – Acesso 24 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/2710014?tab=synonyms – Acesso 24 Abril 2015.

Tags: AziaCólicaDiarreiasEnxaqueca

MACASSÁ

13/02/2020 21:39

Aeollanthus suaveolens   Mart. ex Spreng.

Lamiaceae (antiga Labiatae)


SinonímiasAeollanthus heliotropioides Oliv.

Nomes populares: Macassá, catinga-de-mulata, taia, chegadinha, manjericão-miúdo, água-de-colônia, cheiro do mundo, lotuko (Uganda), Yorubá: Makasà.

Origem ou Habitat: África tropical (Nigéria, Sudão do Sul, Quênia, norte da África do Sul). Naturalizada na América do Sul (Brasil).

Partes usadas: Folhas, flores.

Uso popular: É utilizada em rituais mágicos e curativos, na forma de banhos e maceradas com outras ervas aromáticas. O chá ou sumo das folhas é usado contra a febre, dor de cabeça e princípio de derrame.

Em Uganda, o chá das raízes é usado contra diarréia e trypanossomíase.

Composição química: Numa análise do óleo essencial das folhas(A) e flores(B) foram encontrados 6 componentes (dl-​Linalool acetate, (+)(-)​Linalool, α-​Santalene, α-​Bergamotene, β-​Farnesene e (-​)​-​Massoilactone). Os principais constituintes das amostras A e B foram, respectivamente, linalol (34,2% /34.9%), (-) – Massoialactone (25,9% /17.0%) e (Ε) β-farneseno (25,4% /29.1%).

Outros compostos encontrados no óleo essencial: linalyl acetate, α-​terpinenyl acetate, geranyl acetate, a-​santalene and cis-​a-​bergamoptene.

Ações farmacológicas: O óleo essencial possui alegada atividade antimicrobiana.

Observações: Macassá é uma erva de origem africana introduzida na cultura brasileira durante o processo de colonização.

As lactonas muito perfumadas, lactona massoia e δ-decalactona, podem ser facilmente extraídas para fins de perfumaria.

Referências: 

LUPE, Fernanda A.; Lemes, Ana C.; Augusto, Fabio; Barata, E. S. – “Fragrant lactones in the steam distillation residue of Aeollanthus suaveolens Mart. ex Spreng and analysis by HS – SPME.” – From Journal of Essential Oil Research (2007), 19(3), 271-272. (Scifinder) Acesso 06 Junho 2016

MONTEIRO, S. S.; Siani, A. C.; Garrido, I. S.; Ramos, M. C. K. V.; Quino-Neto, F. R. – “Chemical variability and optical resolution of linalool in the essential oil of Aeollanthus suaveolens (Lamiaceae).” From Revista Fitos (2005), 1(2), 58-63. | SIMIOMATTO, Euclesio; Porto, Carla; Stueker, Caroline Z.; Dalcol, Ionara I.; da Silva, Ubiratan F.-“Chemical composition and antimicrobial activity of the essential oil from Aeolanthus suaveolens MART. ex Spreng.” From Quimica Nova (2007), 30(8), 1923-1925. (Scifinder) Acesso 06 Junho 2016

http://www.ppmac.org/?q=content/chegadinha-macassá (Sergio Sigrist)- Acesso 06 Junho 2016

http://www.africamuseum.be/collections/external/prelude/view_symptom?si=V%28008%29)- Acesso 06 Junho 2016

http://tradicoesdocandomble.blogspot.com.br/2013/04/ewe-makasa.html- Acesso 06 Junho 2016

http://www.tropicos.org/Name/17602693 – Acesso 06 Junho 2016.

Tags: CefaléiaFebre
  • Página 3 de 3
  • 1
  • 2
  • 3