BOLDO-ALUMÃ
Gymnanthemum amygdalinum (Delile)Sch.Bip.ex Walp.
Asteraceae (Compositae)
Sinonímias: Vernonanthura condensata (Baker) H. Rob., Vernonia bahiensis Toledo., Vernonia condensata Baker.
Nomes populares: Alumã, aloma, aluman, luman, boldo, boldo-baiano, boldo-goiano, boldo-de-Goiás, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-de-folha-larga, fel-de-índio, árvore-do-pinguço, alcachofra, cachofra, figatil, necroton, heparém, macelão, estanca-sangue, entre outros.
Observação: O nome popular “Boldo” deriva da espécie Peumus boldus, uma árvore da família Monimiaceae, conhecida e comercializada em lojas especializadas e farmácias como Boldo-do-Chile devido as suas propriedades colagoga e colerética nas dispepsias funcionais. Esta árvore é nativa da região ocidental dos Andes e não está aclimatada ao Brasil, onde comumente as espécies Plectranthus barbatus e Plectranthus ornatus , são conhecidas popularmente como “boldos” e utilizadas por terem o sabor amargo semelhante ao Boldo-do-Chile. Outra planta também conhecida pelo nome popular de “boldo” no Brasil é a espécie Gymnanthemum amygdalinum (Boldo Alumã) pertencente a família Asteraceae e que também apresenta o sabor amargo.
Origem ou Habitat: África tropical, trazida para o Brasil nos tempos coloniais.
Características botânicas: Arbusto grande ou arvoreta, pouco ramificada, de ramos quebradiços, de 2-4 m de altura. Folhas simples, inteiras, membranáceas, glabras, de 5-12 cm de comprimento, com sabor amargo. Flores discretas, de coloração esbranquiçada, reunidas em pequenas panículas terminais e axilares de capítulos alongados. O florescimento é discreto e ocorre no verão. Multiplica-se por estacas. A espécie é uma planta de fácil cultivo em local com bastante incidência de sol ou na sombra e pode ser propagada por estacas produzida a partir dos seus caules, sendo uma planta ampla-mente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o Brasil.
Partes usadas: Folhas.
Uso popular: A infusão preparada com as folhas é utilizada para problemas de vesícula, diarréias, dispepsias, distúrbios digestivos, como “protetor” hepático, para dores de cabeça relacionadas a problemas digestivos e para reduzir os níveis de colesterol. A mistura com vinho é utilizada para inapetência.
Informações científicas: 🐁(AN): Estudo in vivo utilizando fração do extrato etanólico das folhas demonstrou a atividade hepatoprotetora para esta planta. Outro trabalho apontou para o extrato etanólico das folhas a ação protetora em quadros de úlcera gástrica.
Observação do uso clínico em Florianópolis: O extrato preparado por maceração de ½ folha desta planta com água fria tem boas resposta para uso em casos de má digestão e azia.
Modo de usar:
Uso interno: A infusão é preparada com a maceração de ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria para extrair seu líquidoq ue deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.
Cuidados no uso desta espécie:
Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.
Deve ser evitado o uso em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.
Evitar o uso em pessoas que tenham alergia a plantas da família Asteraceae.
Deve-se evitar o uso de doses elevadas e o uso prolongado desta planta.
Composição química: Presença de saponinas, glicosídeo cardiotônico “vernonina”, flavonóides, óleos essenciais e substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas) ¹.
- Glicosídeos esteroidais: vernoniosídeo B2, vernoniosídeo D, vernoniosídeo D1, vernoniosídeo D2 e vernosídeo ³.
- Lactonas sesquiterpênicas: 19-hidroxivernolido, vernolido, vernodalina, 11β,13-diidro-hidroxivernolido, 11β13-diidro-19-hidroxivernolido.
- Triterpenóides: lupeol e lupenol.
Apresenta um teor de cinarina maior que a alcachofra (Cynara scolymusL.)(MATOS, 2000).
Observações: É uma planta de sabor amargo.
Referências:
SILVA, J. B., da et al. New aspects on the hepatoprotective potential associated with the antioxidant, hypocholesterolemic and anti-inflammatory activities of Vernonia condensata Baker. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 198, p.399-406, fev.2017. Elsevier BV.
BOEING, T., et al. Antiulcer mechanisms of Vernonia condensata Baker: A medicinal plant used in the treatment of gastritis and gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 184,p.196-207, maio 2016. Elsevier BV
AMARAL, A.C.F.; SIMÕES, E.V.; FERREIRA, J.L.P. Coletânea científica de plantas de uso medicinal. Organizado por FIOCRUZ. Rio de Janeiro, Brasil: Abifito, 2005. p. 186-197.
ANVISA. RDC N° 10/2010. Diário Oficial da União (Imprensa Nacional), 2010. Ano CXLVII, N° 46, Seção 1. p. 52-59
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. 165p.
MATOS,F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: IU, 2000.
PANIZZA, S. Plantas que curam (Cheiro de mato). 3ª. ed. São Paulo. IBRASA. 1998. p.