ALECRIM
Sálvia subg. Rosmarinus (L.) JB Walker, BT Drew & JG González
Sinônimo: Rosmarinus officinalis L.
Familia botânica: Lamiaceae (Labiatae)
Nomes populares: Rosmarino, rosmarinho, alecrim-de-jardim, alecrim-de-cheiro, alecrim-da-horta, alecrim-rosmarinho, rozmarin, rosmarino, erva-da-graça, etc.
Origem ou Habitat: o alecrim vegeta espontaneamente em terrenos pedregosos e arenosos no litoral dos países mediterrâneos, entre o norte da África e sul da Europa. A espécie está aclimatada ao Brasil, sendo cultivada em hortas e jardins (SILVA JUNIOR, 2003).
Características botânicas: Subarbusto lenhoso, ereto, pouco ramificado, perene medindo cerca de 1,5 m de altura. Folhas com 1,3 – 4 cm de comprimento e 0,1 – 0,3 cm de largura, lanceolada, opostas cruzadas, sésseis simples, lineares, coriáceas, com margens recurvadas, face superior verde rugosa, face inferior esbranquiçada. Inflorescências axilares, do tipo racemo, flores azuladas, pequenas, cerca de 1 cm de comprimento.
Partes usadas: Ramos com folhas e flores.
Uso popular: Planta amplamente utilizada na medicina popular em Florianópolis como condimento alimentar, para afastar insetos, em distúrbios menstruais, alívio de tosse, como antiespasmódico, analgésico, diurético, tônico, calmante, alívio de flatulências, problemas hepáticos, problemas renais, distúrbios estomacais, dores de cabeça, bronquites e asma. Usado externamente para lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo e em banhos para dores musculares e articulares. Externamente, a infusão ☕ preparada com as folhas são usadas para a lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo, em olho vermelho em pessoas com pterígio, em banhos para dores musculares. Já a tintura preparada com as folhas e álcool de cereais ou cachaça é usada pa lora dores musculares e articulares.
Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso externo da compressa feito com a tintura ou alcoolatura das folhas do alecrim tem boa resposta em dores musculares e articulares. A infusão das folhas após esfriar também pode ser utilizado para lavagem de olhos vermelhos e como coadjuvante no tratamento de conjuntivites. Há relatos de melhoras no humor em indivíduos que realizam o uso aromaterápico do óleo essencial do alecrim.
Informações científicas: 👥(HU) Estudo controlado mostrou que doses próximas do consumo culinário normal obteve efeito positivo sobre a função cognitiva e doses muito elevadas podem apresentar efeito contrário. Outro estudo mais recente porém não observou efeito estimulante do alecrim em adultos jovens com fadiga. O aroma do alecrim foi descrito como capaz de melhorar o humor. Estudo comparativo do Alecrim apresentou, após seis meses de uso, efeito semelhante ao minoxidil 2% para tratamento da alopécia androgenética. 🐁(AN) Estudo in vivo utilizando compostos isolados do alecrim apontou provável ação anti-inflamatória semelhante aos medicamentos controles utilizados no trabalho.
Cuidados no uso desta espécie: O uso interno da infusão e do óleo essencial acarreta riscos de gastroenterite, nefrite e crises epileptiformes. O banho é contra indicado em situações onde há ferimentos extensos, doenças de pele agudas de causa desconhecida, doenças infecciosas e pessoas em estados febris. Não usar em pessoas com histórico de convulsões. Doses acima das recomendadas podem causar nefrite e distúrbios gastrointestinais. Não usar em pessoas alérgicas ou com hipersensibilidade ao alecrim.
Posologia e modo de uso:
Uso interno: ☕Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 2 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Uso externo: Sob a forma de óleo, pomada ou banho de imersão, é popularmente indicado no combate de caspa e prevenção da calvície; sob a forma de compressas, em feridas de difícil cicatrização e eczemas. Para o banho de imersão, prepara-se um decocto com 50 g das folhas em 1 litro de água, abafar por 15-30 minutos, coar e adicionar ao banho. Alcoolatura: fazer compressas em dores reumáticas, artralgias, contusões.
Informações fitoquímicas:
⚗️Óleo essencial: β-pineno, 1,8-cineol, borneol, cânfora, limoneno e verbenona.
Composição química das folhas do alecrim Diterpenos: Rosmanol, carnosol, ácido carnosico, ácido carnosico, carnosol, terpenosideo A1 e A 2, dentre outros.
Triterpenos: Ácido ursólico, ácido oleanólico, terpenosideo B,C e D.
Ácidos fenólicos: Ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico, dentre outros.
Flavonoides: Apigenina, diosmina, luteolina e genkwanina.
Referências
PENGELL, A., Short-term study on the effects of rosemary on cognitive function in an elderly population. J Med Food 15 (1)2012, 10–17.
LINDHEIMER, J., et al., Short-term effects of black pepper (Piper nigrum) and rosemary (Rosmarinus officinalis and Rosmarinus eriocalyx) on sustained attention and on energy and fatigue mood states in young adults with low energy. Journal of Medicinal Food Vol. 16, No. 8. 19 aug 2013.
MOSS, Mark et al., Aromas of rosemary and lavender essential oils differentially affect cognition and mood in healthy adults. International Journal of Neuroscience, v. 113, n. 1, p.15-38, 2003.
PANAHI, Y., Et al., Rosemary oil vs minoxidil 2% for the treatment of androgenetic alopecia: a randomized comparative trial. Skinmed Dermatology for the Clinician. 2015. Disponível em: https://issuu.com/pulsemarketing/docs/skinmed_v13_i1
ROSA, J. S., Estudo do efeito anti-inflamatório do Rosmarinus officinalis L. utilizando o modelo da pleurisia induzida pela carragenina em camundongos [dissertação] / Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. orientadora, Tânia Silvia Fröde- Florianópolis, SC, 2013.
PETROLINI, F.V.B, et al. Evaluation of the antibacterial potential of Petroselinum crispum and Rosmarinus officinalis against bacteria that cause urinary tract infections. Brazilian Journal of Microbiology. 2013 Dec 17;44(3):829-34.
SILVA JUNIOR, A.A. – Essentia herba: Plantas Bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.
8. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2011. Página 57.