AMORA-BRANCA

27/12/2019 16:48

Morus alba  L.

Moraceae 


Sinonímias:Morus atropurpurea Roxb., Morus alba var. tatarica (L.) Ser., Morus australis Poir., Morus indica L., Morus intermedia Perr., Morus multicaulis Perr., Morus tatarica L.

Nomes populares: Amora, amora-branca, white mulberry, sang, sang ye (folium mori), sang bai pi (cortex mori), tut / tutri / tut kishmishmi (Pakistan), etc.

Origem ou Habitat: China. Naturalizada e amplamente cultivada em áreas de clima temperado quente, tropical, subtropical e mediterrânico, desde o nível do mar até aos 2000m de altitude.

Características botânicas: Árvore média a pequena, com 10 a 20 m de altura, crescimento médio a rápido, longevidade média. Tronco castanho alaranjado quando novo, cinzento e cada vez mais gretado com a idade. A casca é doce, quando mastigada.

Folha: Caduca (exceto em clima tropical), alterna, verdemédio, com 5 a 30 cm. FLOR: Em amentilhos com 1 a 3,5 cm, esverdeados com sexos separados na mesma árvore.

Fruto: Conjunto de frutos carnudos de 1 a 2,5 cm, branco a vermelho, comestível.

Época da floração: Primavera. Época da frutificação: Verão. Propagação: Por semente, garfo ou estaca. Dispersão: Por aves, através da ingestão do fruto e excreção das sementes.

Partes usadas: Folhas, ramos, casca das raízes, frutos.

Uso popular: Morus alba (mulberry) é cultivada no leste dos Países asiáticos, como a China, Japão e Coréia. A sua folha é principalmente utilizada na alimentação de bichos da seda (Bombyx mori L.), também é usada na medicina tradicional chinesa há séculos, contêm substâncias que são benéficas na prevenção e para aliviar “Xiao Ke” (diabetes).

Folha (constipações, gripes, inflamações dos olhos, elefantíase);

Fruto (incontinência urinária, hipertensão, embranquecimento prematuro do cabelo, diabetes);

Casca da raiz (asma, bronquite, diabetes, tosse);

Raminhos(hipertensão, reumatismo, dores de dentes).

Para prevenir e aliviar os sintomas da menopausa ou climatério.

Composição química: Estilbenos, cis-mulberroside A, antocianidinas (resveratrol) e Flavonóides (quercetina, rutina, moracetina e artocarpina, mulberrin (I), mulberrochromene (II), cyclomulberrin (III), e cyclomulberrochromene (IV)) , pectinas, açúcares.

Num artigo científico chinês de 2012, em extratos de culturas de células de Morus alba, Oito compostos foram isolados: isobavachalcone (1), genisteína (2), norartocarpetin (3), albanin A (4), guangsangon E (5), mulberrofuran F (6), chalcomoracin (7), kuwanon J (8). Os compostos 3-6 foram isolados a partir das culturas celulares de M. alba, pela primeira vez.

Ações farmacológicas: Analgésica, anti-inflamatória, anti-artrítica, hipo-lipidêmica, diurética. Há algumas evidências de sua ação estrogênica e antidiabética.

Interações medicamentosas: Não encontrado.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: As amoras verdes e a seiva podem apresentar toxidade, embora de baixo grau, se comidas.

Contra-indicações: Não encontrado.

Observações: Nos países tropicais as Amoreiras podem ter folhas o ano inteiro. As folhas novas ou das árvores novas são lobuladas, podendo chegar aos 30 cm, enquanto as das árvores velhas não ultrapassam, geralmente, os 15 cm e são serradas. Os conjuntos de flores masculinas são cerca de 1 cm maiores que o conjunto de flores femininas. O conjunto dos frutos das Amoreiras brancas chama-se Sorose e inclui as brácteas, os pedicelos, as peças florais e o eixo, que se tornam também carnudos. As flores disparam o pólen para o ar, através da libertação da energia elástica acumulada nos estames. O movimento resultante excede em mais de metade a velocidade do som, o que o torna o movimento mais rápido conhecido no mundo das plantas.

CURIOSIDADES HISTÓRICAS:

O cultivo da Amoreira branca começou há 4 000 anos, na China, para o fabrico da seda;

Só no século VI é que a Amoreira Branca foi introduzida na Europa, quando o Imperador Romano e Bizantino Justiniano promoveu a cultura dos Bichos-da-Seda;

Segundo Plínio, os gomos das Amoreiras são os últimos a rebentar, quando todo o frio já passou, pelo que esta espécie, com este mecanismo de sobrevivência sensato que possui, foi dedicada, pelos Antigos, a Minerva, Deusa da Sabedoria;

Carlos Magno, Rei dos Francos, dado o seu gosto por esta árvore, plantou-a nos seus jardins em 812 D.C.;

Ovídeo (43 A.C.-17 D.C.), no seu livro Metamorfoses, conta a história de dois amantes, Piramus e Thisbe, cujo romance era proibido pelos pais, se suicidaram debaixo de uma Amoreira e pediram a Deus que os frutos fossem vermelhos para lembrar aos homens o sangue que derramaram

 

 

Referências: 
DESHPANDE, V. H.; Parthasarathy, P. C.; Venkataraman, K. “Four analogs of artocarpin and cycloartocarpin from Morus alba”. From Tetrahedron Letters (1968), (14), 1715-19. – Acesso 9 OUT 2015.

EUN-MI CHOI, Jae-Kwan Hwang – “Effects of Morus alba leaf extract on the production of nitric oxide, prostaglandin E2 and cytokines in RAW264.7 macrophages” – Department of Biotechnology and Bioproducts Research Center, Yonsei University, Seoul, 120-749, Korea, 2005. – Acesso 9 OUT 2015.

KIM, Jae-Soo; Kwak, Bo-Yeon; Yi, Kwontaek; Lee, Jaekyoung “Phytoestrogen composition for preventing and relieving climacteric or menopausal symptoms”. From PCT Int. Appl. (2010), WO 2010120133 A2 20101021, Korea. (Scifinder) Acesso 13 OUT 2015.

http://www.cm-leiria.pt/uploads/writer_file/document/788/20120817154954657958.pdf – Acesso 9 OUT 2015.

http://www.tropicos.org/Name/21300010?tab=synonyms – Acesso 9 OUT 2015.

XIAO MAA, N. I. et all. – “Morus alba leaf extract stimulates 5-AMP-activated protein kinase in isolated rat skeletal muscle” – Kyoto University Graduate School of Human and Environmental Studies, Yoshida-Nihonmatsu-Cho, Sakyo-ku, Kyoto 606-8501, Japan / Journal of Ethnopharmacology 122 (2009) 54–59. Acesso 9 OUT 2015.

Pharmacophore 2014, Vol. 5 (1), 160-182 USA CODEN: PHARM7 ISSN 2229-5402 – Review Article A REVIEW ON PHYTOCONSTITUENTS FOR NEPHROPROTECTIVE ACTIVITY – Raja Sundararajan*, Akhil Bharampuram and Ravindranadh Koduru GITAM Institute of Pharmacy, GITAM University, Visakhapatnam, Andhra Pradesh, Pincode-530 045, India. Acesso 9 OUT 2015.

Zhongguo Zhong Yao Za Zhi. 2012 Dec;37(24):3738-42. [Chemical constituents from cell cultures of Morus alba]. [Article in Chinese] Tao XY1, Zhang DW, Chen RD, Yin YZ, Zou JH, Xie D, Yang L, Wang CM, Dai JG. – Acesso 13 OUT 2015.

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