ARNICA LÍNGUA-DE-VACA

28/12/2019 00:07

Chaptalia nutans  (L.) Polak.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasTussilago nutans L., Gerbera nutans (L.) Sch. Bip., Thyrsanthema ebracteata Kuntze, Thyrsanthema nutans (L.) Kuntze, Chaptalia texana Greene, Chaptalia nutans var. texana (Greene) Burkart, Chaptalia leonina Greene, etc.

Nomes populares: língua-de-vaca, costa-branca, fumo-do-mato, erva-de-sangue, língua-de-vaca-miúda, tapira, buglossa, chamama, serralha-de-rocha, arnica (DRESCHER, 2001).

Características botânicas: Erva acaule, com raízes ramificadas, de origem brasileira. As folhas sem pecíolo, de cor branca na parte inferior, inteiras ou dentadas, saem da mesma base da planta e são tomentosas para baixo. As inflorescências são capítulos de flores, cor róseo-pálida, e se apresentam em hastes terminais, emergindo do centro das folhas. O fruto-semente (aquênio) apresenta um papilho plumoso (DRESCHER, 2001).

Partes usadas: Folhas, flores e raízes (DUKE, 2009).

Uso popular: Dores musculares, torções, contusões, lombrigas intestinais, úlceras, vulnerária (GUPTA, 1995), asma, catarro, resfriados, tosse, convulsões, dermatite seborréica (caspa), dermatoses, diabetes, dispepsia, flatulência, problemas gástricos, brônquicos, hepáticos, intestinais e pulmonares, pressão alta, impotência, icterícia, escrófula, dores de estômago, sífilis, vermes, feridas, dor de cabeça, doenças venéreas, amenorréia (DUKE, 2009), facilitar a menstruação, herpes simples, gonorréia, inflamações, cólicas abdominais, disenterias, ferimentos expostos (sumo das folhas) (DRESCHER, 2001).

Composição química: Óleo essencial, cumarinas, resinas, mucilagens, taninos, pigmentos, flavonóides, princípio amargo, sais minerais (DRESCHER, 2001) ácido parasórbico e 3α-hidroxi-5-metilvalerolactona (partes aéreas), prunasina (folhas).

Ações farmacológicas: Vermífuga (DUKE, 2009). Furanocumarinas isoladas de raízes mostrou atividade antibacterianas em bactérias gram positivas (xv spmb 1998 p.130)

um estudo em ratos mostrou que a ação anti-inflamatória do extrato foi mais eficaz do que a do infuso (PubMed).

Interações medicamentosas: não há estudos com esta espécie.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: não há relatos.

Posologia e modo de uso: Uso externo: aquecer as folhas e aplicar em áreas doloridas e inflamadas; alcoolatura ou infusão para machucados e contusões. Uso interno: na literatura há indicação do uso de infusão ou decocção de folhas, flores e raízes (DUKE, 2009).

 

 

Referências: 
DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 84-85.

DUKE, J. A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S. I.]: CRC Press, 2009. p. 201-202.

FRANCO ,I.J. ; FONTANA V. L. Ervas & Plantas: a Medicina dos Simples. 9ª Ed., Erexim, RS: Editora Livraria Vida Ltda.,2004.

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, D. C., Colômbia: CYTED-SECAB, 1995. p. 100-101.

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. p. 155.

http://www.tropicos.org/Name/2709746 – Acesso em: 21 de março de 2012.

Rev Biol Trop. 1999 Dec;47(4):723-7. Anti-inflammatory activity of aqueous extracts of five Costa Rican medicinal plants in Sprague-Dawley rats. Badilla B1, Mora G, Poveda LJ.

Tags: AsmaCatarroContusõesConvulsãoDiabetesDor de cabeçaDor muscularFlatulênciaHipertensãoIcteríciaImpotênciaResfriadoTosseÚlceras

ARNICA ERVA-LANCETA

27/12/2019 23:12

Solidago chilensis   Meyen.

Asteraceae (Compositae) 


SinonímiasSolidago linearifolia DC., Solidago linearifolia var. brachypoda Speg., Solidago microglossa var. linearifolia (DC.) Baker.

Nomes populares: Arnica, arnica-brasileira, arnica-de-terreiro, arnica-da-horta, arnica-do-campo, erva-lanceta, lanceta, flecha, espiga-de-ouro, rabo-de-rojão, rabo-de-foguete, macela-miúda, marcela-miúda, sapé-macho, federal, erva-federa, etc.

Origem ou Habitat: América do Sul incluindo o sul e sudeste do Brasil.

Características botânicas: Subarbusto ereto, perene, não ramificado, entouceirado, rizomatoso, levemente aromático, de 80 até 120 cm, nativo na parte meridional da América de Sul, incluindo o sul e sudeste do Brasil. Suas folhas são simples, alternas, quase sésseis, ásperas ao tato, medindo entre 4 a 8 cm de comprimento. Capítulos florais pequenos, com flores amarelas, reunidas em inflorescências escorpióides dispostas na extremidade dos ramos, conferindo ao conjunto o aspecto de uma grande panícula muito ornamental. Multiplica-se por sementes e principalmente pelos rizomas.

Partes usadas: Inflorescências.

Uso popular: Externamente para ferimentos, escoriações, traumatismos, contusões, picadas de inseto, infecções. Na medicina veterinária suas inflorescências secas são queimadas para o tratamento de uma doença bacteriana que afeta os cavalos e caracterizada pela inchação dos gânglios do pescoço. Banhos com o infuso da planta inteira são usado para angina, contusões e reumatismos. Internamente é usada como sedativo, para distúrbios digestivos e para dor cabeça. Uma pesquisa recente demonstrou alívio da lombalgia com aplicação tópica de gel contendo extrato da planta.

Composição química: Quercitina (um flavonóide glicosídeo), taninos, saponinas, resinas, óleo essencial, diterpenos inulina e rutina, ácido quínico, ramnosídeos e ácido caféico, clorogênico e hidrocinâmico e seus derivados, 3-metoxibenzaldeído, acetofenona, solidagenona.

  • Flavonoides: Isorhamnetina, quercetina 3-O-ramnosideo, quercetina 3-O-galactosideo e rutina.
  • Diterpenos: Ácido junceico e solidagenona
  • Outros: Inulina (Frutano)

Ações farmacológicas: São as seguintes: vulnerária, analgésica, antiespasmódica, anticefalálgica. Estudos em laboratório confirmaram as ações antiinflamatória, antimicrobiana, anti-agregante plaquetária, antioxidante. Um estudo in vivo em sistema de teste vegetal demonstrou propriedades citotóxicas e antiproliferativas.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O uso interno deve ser feito com cautela, não há estudos de efeitos adversos.

Contra-indicações: Sensibilidade a componentes da planta.

Posologia e modo de uso: Uso externo: Aplicação tópica sobre a área afetada com auxílio de um pedaço de algodão ou compressas embebidos na tintura ou maceração em álcool de suas folhas e rizomas.

Observações: O nome popular “arnica” é, na verdade, aplicado a estas espécies pela similaridade de uso medicinal com a “arnica-verdadeira”: Arnica montana L., nativa das regiões montanhosas da Europa, porém não é cultivada nem se desenvolve bem aqui no Brasil, ao contrário do que afirmam muitas publicações sobre plantas medicinais.

 

 

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 1072p.

BAGATINI, M. D. et al . Cytotoxic effects of infusions (tea) of Solidago microglossa DC. (Asteraceae) on the cell cycle of Allium cepa. Revista Brasileira de Farmacognosia,João Pessoa, v. 19, n. 2b, p. 632-636, Abril/Junho 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.- Acesso em: 15 julho 2010.

DRESCHER, L.(coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 65-66.

GASTALDI, Bruno et al. Solidago chilensis meyen (Asteraceae), a medicinal plant from South America. a comprehensive review: Ethnomedicinal uses, phytochemistry and bioactivity. Bol Latinoam Caribe Plant Med Aroma, [s.l.], v. 17, n. 1, p.17-19, jan. 2018.

GOULART, S. et al. Anti-inflammatory evaluation of Solidago chilensis Meyen in a murine model of pleurisy. Journal of Ethnopharmacology, [S. I.], v. 113, n. 2, p. 346-353, 2007. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. p.170-171.

MARONI, B. C.; STASI, L. C.; MACHADO, S. R. Plantas Medicinais do Cerrado de Botucatu. São Paulo: UNESP, 2006. 60p.

SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da Medicina Popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da Universidade-UFRGS, 1986. p. 68-69.

STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. Revisado e Ampliado. São Paulo: UNESP, 2002. p. 471-472.

http://www.tropicos.org/Name/2703256 – Acesso em: 15 e 16 de março de 2012.

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