FEIJÃO-ANDÚ

20/01/2020 22:11

Cajanus cajan (L.) Huth

Fabaceae 


Sinonímias: Cajanus indicus Spreng.; Cajanus flavus DC.; Cajanus inodorus Medik.; Cytisus cajan L.;

Nomes populares:  Andu, feijão-guandu, guandeiro, feijão-de-cuandu, cuandu, feijão-de-árvore, ervilha-de-angola, ervilha-de-sete-anos, ervilha-do-congo.

Origem ou Habitat: Índia muito cultivada no Brasil desde a colonização.

Características botânicas:  Arbusto ereto , ramificado , pubescente ,até 130cm de altura , folhas compostas trifolioladas , folíolos pubescente em ambas as faces , 4-7 cm de comprimento. Flores amarelas , as vezes amarelas-avermelhadas , em racemos axilares . frutos sã vagens indeiscentes , cilíndricas , com 3-7 sementes.

Partes usadas: Folhas, flores, raízes e sementes.

Uso popular:  Segundo as comunidades da Ilha emprega-se o decocto das folhas externamente, para lavagens de feridas e afecções cutâneas. Com as folhas também prepara-se um xarope com mel, que é usado internamente, para gripes e resfriados e como depurativo do sangue.

Folhas e ramos são utilizados na forma de decocto, para lavagem da pele, em casos de catapora, sarampo e coceira e internamente contra alergias.

As folhas são utilizadas para o tratamento de dor de dente, reumatismo, tosse, afecções pulmonares, para cálculos renais e para diarréia. As pontas dos ramos para hemorragia

Nas regiões tropicais, é relatado o uso dos grãos na alimentação . Os grãos desta planta são bastante nutritivos. O chá da raiz é usado em problemas ditos do fígado.

Composição química:  As folhas contém esteróis , taninos e triterpenos. As raízes e os grãos contêm diversos flavonóides, como cajanina, cajanol, cajaflavanona, cajanona. As sementes (grãos) contém ácido p-hidroxibenzóico, fenilalanina, cajaminose e um aminoglicosídeo.

Os grãos contém 19 – 20% de proteínas, 1,1 – 1,2% de lipídios e 62 – 64% de glicídios.

  • Isocumarinas: Cajavilmina
  • Cumarinas: Cajanuslactona (Raízes)
  • Triterpenos: Lupenona, β-amirenona, α –amirenona, ácido betulínico (Raízes), β-amirina, α- amirina e Lupeol.
  • Estilbenos: Longistilina A e C, 3-hidroxi-5-metoxiestilbeno, cajanina (folhas e sementes), concajanina (folhas e sementes) e ácido cajaninstilbeno.
  • Esteroides: β-sitosterol e estigmasterol.
  • Flavonoides: Genisteína, genistina, cajaflavanona, cajaisoflavonona, cajanona, 2’-O-metil-cajanona, 5-hidroxi-7-metoxidihidroflavona, vitexina, quercetina, luteolina, apigenina, isoramnetina, trihidróxi-isoflavonas, isoquercitrina (superfície da vagem), quercetina-3-metil éter (superfície da vagem), cajanol, 2-hidroxigenisteína, isogenisteína-7-O-glicosídeo (casca da raíz), ferreirina, pinostrobina, orientina, dentre outros.
  •  Ácidos graxos: Ácido hexadecanóico
  • Ácidos fenólicos: Ácido p-hidroxibenzóico

Ações farmacológicas: In vitro mostrou atividade contra fungos. Atividade no tratamento de anemia falciforme (GRENAND et al., 1987). Os taninos são responsáveis pela ação antidiarréica da planta (POUSSET, 1989).

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Os grãos desta espécie contêm cianetos, taninos e fitohemaglutininas . Por este motivo, deve-se evitar o consumo dos grãos verdes.

Em animais de laboratório foi observada uma tendência ao aumento da ocorrência de anomalias viscerais e malformações externas em filhotes cujas mães receberam extratos desta planta durante a gestação.

Contra-indicações:  O efeito em mulheres grávidas não é conhecido, porém é preferível que as gestantes evitem usar esta planta.

Posologia e modo de uso: As folhas são preparadas por infusão ou decocção, a partir de 15g de material para 1 litro de água . Também é utilizada a decocção dos grãos .

Na alimentação os grãos são cozidos como o feijão vulgar.

Observações: Considerada pela população como planta para ” levante de sangue”.

 

Referências:
AKOJIE, F.O.B.; FUNG, LW.-M. Antisickling Activity of Hydroxybenzoic Acids in Cajanus cajan. Planta Med., n. 5, p. 20-317, 1992.

COSTA, Joség. M. da et al. Evaluation of the antifungal activity and modulation between Cajanus cajan (L.) Millsp. leaves and roots ethanolic extracts and conventional antifungals. Pharmacognosy Magazine, [s.l.], v. 8, n. 30, p.103-106, 2012.

CORDOVIL, K. et al. Revisão das Propriedades Medicinais de Cajanus cajanna Doença Falciforme. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, [s.l.], v. 17, n. 43, p.1199-1207, 2015.

GRENAND, P.; MORETTI, C; JACQUEMIN, H. Pharmacopéas tradicionales en Guyane. Paris: Orstom, 1987.

GREEN, Paul W. C. et al. Phenolic Compounds on the Pod-Surface of Pigeonpea, Cajanus cajan, Mediate Feeding Behavior of Helicoverpa armigera Larvae. Journal Of Chemical Ecology, [s.l.], v. 29, n. 4, p.811-821, 2003.

IWU, M.M.; IGBOKO AO.; ONWUBJKO, H.; NDU, U. E. Effect of Cajaminose from Cajanus cajan on Gelation and Oxygen Affinity of Sickle Cell Haemoglobin. J. Ethnopharmacol., n.23, p.99-104, 1966.

LEMONIC, A. I. P.; ALVARENGA, C. M. D. Abortive and Teratogenic Effect of Acanthospermum hispidum DC. and Cajanus cajan (L.) Millsp. in Pregnant Rats. J. Ethnopharmacol., n.43, p. 39-44, 1994.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

PAL, Dilipkumar et al. Biological activities and medicinal properties of Cajanus cajan (L) Millsp. Journal Of Advanced Pharmaceutical Technology & Research, [s.l.], v. 2, n. 4, p.207-214, 2011.

POUSSET, J. L. Plantes Medicinales Africaines: Utilization Pratique. Paris: Agence de Cooperation Ellipses Culturelle et Technique, 1989.

RODRIGUES, Virginia F.; OLIVEIRA, Rodrigo R.; VEGA, Maria Raquel G.. A New Isocoumarin from Cajanus cajan (Fabaceae). Natural Product Communications, [s.l.], v. 9, n. 4, p.493-494, abr. 2014.

ROIG Y MESA, J. T. Plantas medicinales aromáticas o venenosas de Cuba. Habana: Cultural, 1945. p.326-327.

SHRIVASTAVA, S. K.; BAJPAI, R. K. A Study of Some Toxic Constituents of Five New Varities of Pigeon Pea (Cajanus cajan (L.) MiII sp.). Current Science, v.51, n.14, p. 4-703, 1982.

WENIGER, Β.; ROBINEAU, L. Seminário TRAMIL 3: Elements pour une Pharmacopée Caribe. Santo Domingo: Editora Compio, 1988.

J Adv Pharm Technol Res., [S.I.], v.2, n.4, p.14-207, Oct. 2011.

Biological activities and medicinal properties of Cajanus cajan (L) Millsp. Pal D, Mishra P, Sachan N, Ghosh AK. Source Division of Pharmaceutical Chemistry, School of Pharmaceutical Sciences, IFTM University, Lodhipur Rajput, Moradabad, Uttar Pradesh, India.

Pharmacogn Mag. 2012 Apr;8(30):103-6. Evaluation of the antifungal activity and modulation between Cajanus cajan (L.) Millsp. leaves and roots ethanolic extracts and conventional antifungals. Brito SA, Rodrigues FF, Campos AR, da Costa JG. Source Molecular Bioprospection Post-graduation Program, Laboratory of Natural Products Research, Department of Biological Chemistry, Regional University of Cariri, Crato, CE, Brazil.

Tags: AfecçõesCataporaCoceiraDiarreiasDor de denteGripeNutritivaResfriadoReumatismoSarampoTosse