LEVANTE

06/06/2023 21:30

Mentha sp.

Lamiaceae 


(Difícil de classificar a espécie, pois o gênero se hibridiza).

Sinônimos: Mentha viridis L., Mentha viridis var. cana Lej. & Courtois.

Nomes populares: hortelã, hortelã-de-leite, hortelã-das-cozinhas, hortelã dos temperos, hortelã-vulgar, hortelã das hortas, hortelã-comum, alevante, elevante. 

Origem ou Habitat: Originária de regiões da Europa e África, era cultivada por suas propriedades aromáticas, condimentares e medicinais.

Características botânicas: Perene, 30-100 cm, com aroma forte e doce, menos frequentemente com aroma pungente ou de mofo. A folhas possuem com 5 a 9 cm de comprimento e 1,5 a 3 cm de largura, lanceoladas ou lanceoladas-ovadas, lisas ou rugosas (raramente 40-60 x 25-40 mm, ovadas ou ovadas-oblongas, fortemente rugosas), mais largas perto da base, serrilhadas com dentes regulares (raramente toda a folha é fortemente crispada), glabras a densamente pilosas, os tricomas na superfície inferior são simples e ramificados, a célula basal tem 30-47 µm de diâmetro. Inflorescência variável. As flores são produzidas em hastes finas, cada flor rosa ou branca e com 2,5-3 mm de diâmetro (REFLORA) (Taneja, 2012)

Uso popular: Pode ser consumida na forma de chá, também utilizado como temperos para dar sabor a pratos doces e salgados, além de ser batido com diferentes tipos de polpas de frutas, gengibre e verduras. Mentha spicata é utilizada em diferentes aplicações em diferentes culturas. Na medicina tradicional Iraniana, é utilizado desde antiguidade para o tratamento de diarreia, antídoto, indigestão, fraqueza intestinal, resfriado, gripe, sinusite, dor de cabeça e flatulência. No Brasil, a infusão é utilizada como sedativo, cicatrização de feridas, estômago e contra vermes (Mahendran, 2021). 

Partes usadas: Folhas. 

Composição química: Os principais constituintes do óleo essencial de M. spicata são carvona (40,8%) e limoneno (20,8%), seguidos por 1,8-cineol (17,0%),  β-pineno (2,2%), cis-hihidrocarvona (1,9%) e dihidrocarveol (1,7%). A porcentagem de carvona varia no óleo essencial da espécie que cresce em diferentes países, e essa variação no teor e até mesmo na composição podem ser atribuídas a fatores como o ecótipos, fenofases, a temperatura, umidade relativa, ao fotoperíodo, irradiância, genótipo e as condições agronômicas (época de colheita, plantio, densidade da cultura (Snoussi, 2015). 

Propriedades farmacológicas: Estudos realizados em extratos brutos, óleo essencial ou compostos puros isolados de M. spicata relataram variados efeitos biológicos, incluindo atividade antibacteriana, antifúngica, antioxidante, hepatoprotetora, antidiabética, citotóxica, anti inflamatória, larvicida, potencial antigenotóxico e antiandrogênica (Mahendran, 2021).

Posologia e modo de uso: Pode ser consumida na forma de chá, também utilizado como temperos para dar sabor a pratos doces e salgados, além de ser batido com diferentes tipos de polpas de frutas, gengibre e verduras. Como chá: ferver cerca de meio litro de água com 1 colher de sopa de folhas, deixar cerca de 3 minutos após levantar fervura, desligar, deixar descansar uns 5 minutos, coar e tomar quente ou frio. Ingerir uma xícara de chá umas 4-6 vezes ao dia. Suas folhas maceradas e passadas na pele também atuam como repelente.

Contra Indicações: Contra-indicações não identificadas. 

Efeitos adversos e ou tóxicos: Estudos em animais comprovaram a segurança da planta. No entanto, tratamentos prolongados com altas doses podem levar a  problemas específicos. Logo, é necessário outros estudos sobre sua toxicidade crônica. Se tratando dos óleos essenciais, estudos mostraram que seu uso não apresenta nenhum risco à saúde ou efeitos colaterais com a administração adequada de dosagem terapêutica.

 

 

REFERÊNCIAS: 

1. Mentha spicata L., REFLORA.

2. SNOUSSI, Mejdi et al. Mentha spicata essential oil: chemical composition, antioxidant and antibacterial activities against planktonic and biofilm cultures of Vibrio spp. strains. Molecules, v. 20, n. 8, p. 14402-14424, 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6332415/. Acesso em: 05 junho 2023. 

3. EL MENYIY, Naoual et al. Medicinal Uses, Phytochemistry, Pharmacology, and Toxicology of Mentha spicata. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2022, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35463088/. Acesso em: 05 junho 2023. 

4. MAHENDRAN, Ganesan; VERMA, Sanjeet Kumar; RAHMAN, Laiq-Ur. The traditional uses, phytochemistry and pharmacology of spearmint (Mentha spicata L.): A review. Journal of Ethnopharmacology, v. 278, p. 114266, 2021. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874121004931?via%3Dihub. Acesso em: 05 junho 2023. 

5. MAHBOUBI, Mohaddese. Mentha spicata L. essential oil, phytochemistry and its effectiveness in flatulence. Journal of Traditional and Complementary Medicine, v. 11, n. 2, p. 75-81, 2021. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2225411017301037#sec7. Acesso em: 05 junho 2023. 

6. Taneja, S.C.; Chandra, S. Mint. In: Peter, K.V. (eds). Handbook of Herbs and Spices. Vol. 1. Cambridge: Woodhead Publishing, 2012.