MORINGA

17/02/2020 21:59

Moringa oleifera  Lam.

Moringaceae


SinonímiasGuilandina moringa L., Hyperantera moringa (L.)Vahl., Moringa moringa (L.) Millsp., Moringa pterydosperma Gaertn., Moringa zeylanica Burmann.

Nomes populares: Moringa, cedro, quiabo-de-quina, drumstick tree, horse radish tree, ben oil tree, benzoil tree, kelor tree, shagara al rauwaq, tree for purifying, sohanjna (Paquistão).

Origem ou Habitat: Nativa do oeste e áreas abaixo do Himalaia, Índia, Paquistão, Ásia Menor, África e Arábia. Distribuída atualmente nas Filipinas, Camboja, América Central, América do Norte e do Sul e Ilhas do Caribe (ANWAR et all., 2007). No Brasil é cultivada principalmente nas regiões Norte e Nordeste.(LORENZI & MATOS, 2002).

Esta árvore é encontrada selvagem e cultivada em todas as planícies e, longe de casa, desenvolve-se melhor em clima tropical e é abundante perto dos leitos arenosos dos rios e córregos.(Morton, 1991). E mais, ela pode crescer bem nos trópicos úmidos ou nas terras quentes e secas, podem sobreviver em solos pobres e é pouco afetada pela seca. (Morton, 1991).

É uma árvore muito tolerante quanto a quantidade de chuva, com requisitos mínimos de precipitação anual estimada em 250 mm e máxima em mais de 3000 mm e pH de 5,0 – 9,0. (Palada & Changl, 2003.

Características botânicas: Árvore que mede de 5 a 10 metros de altura, com folhas compostas bipinadas, com folíolos obovais, pequenos e glabros. Flores esbranquiçadas, reunidas em racemos pendentes. Os frutos são do tipo cápsula alada e deiscente com aspecto de uma vagem, medindo até 35 cm de comprimento e marcado pelas sementes em seu interior. As sementes são trialadas e oleaginosas.(LORENZI & MATOS, 2002).

Partes usadas: Raízes, cascas das raízes, folhas, frutos, flores, sementes e vagens imaturas.

Uso popular: No Brasil, por tratar-se de introdução e cultivo recentes, há poucos registros de uso desta planta, porém, devido ao elevado valor alimentício, está sendo usada na merenda escolar de alguns municípios da região Nordeste do país, as folhas cozidas com feijão ou na forma de salada com vinagreira (Hibiscus sabdariffa).

Na Índia, as sementes tostadas e as flores são usadas como alimento, as sementes cruas e amassadas são aplicadas externamente em ferimentos infectados e na forma de banhos e compressas para o tratamento da gota, dores reumáticas e na cicatrização de feridas. As raízes são abortivas e cicatrizante de feridas. O sumo extraído das folhas ou das raízes é usado internamente para melhorar o apetite e auxiliar a digestão. As sementes são usadas como agente purificador de água com tecnologia desenvolvida na África e Guatemala, já aplicada no Brasil sob orientação do ESPLAR, cuja sede em Fortaleza estimula seu cultivo e oferece uma cartilha com instruções para aplicação desta técnica. (LORENZI & MATOS, 2002).

Várias partes desta planta (raiz, casca, goma, folhas, vagens imaturas, flores, sementes e o óleo das sementes) é usada na medicina indígena do Sul da Ásia, para tratar diversas doenças inflamatórias e infecciosas, além de desordens cardiovascular, gastrointestinal, hematológica e hepato-renal.

A infusão das folhas é usada como diurético.

Nas Filipinas esta árvore é conhecida como ” melhor amiga da mãe” por que é utilizada para aumentar a produção de leite nas lactantes e algumas vezes prescrito para anemia. (ANWAR et all., 2007).

Composição química: A Moringa oleifera é rica em compostos que variam desde um simples açúcar, ramnose e um grupo bastante exclusivo de compostos chamados glucosinolatos e isotiocianatos.(ANWAR et all., 2007).

As folhas da Moringa oleifera são ricas fontes de B-caroteno, proteína, vitamina C, cálcio e potássio, atuando como uma boa fonte de antioxidantes, apresentando vários tipos compostos por ácido ascórbico, flavonóides, fenólicos e carotenóides.(ANWAR et all., 2007).

A casca do caule tem dois alcalóides chamados moringina e moringinina. O caule contém vanilina, B-sitosterol, B-sitostenone, 4-hydroximellin e ácido octacosanóico.

O exsudato total da goma purificada contém L-arabinose, -galactose, ácido glicurônico e L-ramnose, -manose e -xilose;

As flores contém 9 aminoácidos, sucrose, D-glucose, traços de alcalóides, cera, quercetina, kaempferol, alguns pigmentos flavonóides. As cinzas são ricas em potássio e cálcio.

Dos frutos (vagens) da moringa, foram isolados os glicosídeos tiocarbamato e isotiocianato, que tem propriedades anti-hipertensivas. E citoquininas. Do extrato etanólico das sementes, foram isolados 8 compostos bioativos, sendo que o O-ethyl-4-(A-L-rhamnosyloxy) benzyl carbamate pela primeira vez. (Guevara et al., 1999).

Ações farmacológicas: No artigo de revisão desta planta as seguintes propriedades são relatadas: estimulante cardíaco e circulatório, antitumoral, antifebril, antiepilético, anti-inflamatório, anti-úlcera, anti-espasmódico, diurético, anti-hipertensivo, baixa o colesterol, anti-oxidante, antidiabético, hepatoprotetor, antibacteriano e antifúngico.(ANWAR et all., 2007).

Interações medicamentosas: Não encontrado na literatura pesquisada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Não encontrado na literatura pesquisada.

Contra-indicações: As folhas, flores e raízes são abortivas, sendo contra indicada para gestantes.

Posologia e modo de uso: As folhas (foliólulos) podem ser usadas como saladas, sopas, omeletes, pães, bolinhos, etc.

As flores podem ser consumidas cruas em saladas ou cozidas.

os frutos tenros e jovens podem ser raspados e cozidos como vagem de feijão.

As sementes tostadas são usadas como alimento enquanto as sementes cruas e amassadas, são aplicadas externamente em ferimentos infectados e, na forma de lavagens e compressas para o tratamento da gota, dores reumáticas e como cicatrizantes de feridas.

Referências: 

ANWAR, F.; LATIF S.; ASHRAF, M. & GILANI, A.H. Review article: “Moringa oleifera: a Food Plant with Multiple Medicinal Uses”. Phytotherapy Research 21, 17-25 (2007)Paquistão.

Guevara AP, et al. An antitumor promoter from Moringa oleifera Lam. Mutat Res. 440: 181-188, 1999

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 1a. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 346.

Morton JF. 1991. The horseradish tree, Moringa pterigosperma (Moringaceae). A boon to arid lands. Econ Bot 45: 318–333

Palada MC, Changl LC. 2003. Suggested cultural practices for Moringa. International Cooperators’ Guide AVRDC. AVRDC pub # 03–545 www.avrdc.org.

KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.

Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Acesso em 10 abril 2014.

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