MASTRUÇO-DE-GALINHA

14/02/2020 23:17

Lepidium virginicum   L.

Brassicaceae (Cruciferae)


Nomes populares: Mastruço, mastruço-de-galinha, mentruz, erva-fome, mastruço-dos-índios (Brasil); bei mei du xing cai (Pinyin, China); bird-pepper, peppergrass, poor-man’s-pepper, tongue-grass Virginia pepper-weed (Ingles, Estados Unidos); poor-man’s pepper-grass, (Ingles, Canada).

Origem ou Habitat: Nativa do continente americano e naturalizada na Europa, Peru, Equador e Ilhas Canárias.

Características botânicas: Erva anual, ereta, aromática, com a formação inicial de uma roseta de folhas, muito ramificada. de 30 a 60 cm de altura. Folhas caulinares, lanceoladas, com margens serrilhadas, glabras. Flores brancas pequenas, pétalas ovais, obtusas, não emarginadas no ápice. É uma erva muito comum especialmente em zonas úmidas. Propaga-se apenas por sementes.

Partes usadas: Partes aéreas e raízes.

Uso popular: Possui usos populares semelhantes ao do mastruço-rasteiro (Coronopus didymus).

Usada para tratar deficiências de vitamina C e diabetes, expelir vermes intestinais, como diurética, antidiarréica, antidisentérica e para dores reumáticas. A raiz é usada para tratar excesso de muco no trato respiratório. Utilizada para dissolver cálculos renais e como emenagogo.

Composição química: Estudos de análise fitoquímica da planta reportaram a presença de aminas, flavonoides, leucoantocianinas, esteróis, triterpenos, taninos e fenóis. Contém quantidades altas de vitamina C.

Ações farmacológicas: Foram realizados estudos farmacológicos comparativos do efeito diurético do Lepidium virginicum e hidroclorotiazida, utilizando cachorro como modelo animal, confirmando-se o efeito diurético da planta. O extrato etanólico a 95% das suas folhas secas apresentou efeito fungicida frente a Neurospora crassa. O extrato bruto das raízes apresentou atividade antiprotozoário contra trofozoítos de Entamoeba histolytica, confirmando seu uso popular como antidiarreica e antidisentérica.

Posologia e modo de uso: Infusão, maceração, tintura ou alcoolatura.

Observações: Existe uma outra planta do gênero Lepidium, a Lepidium meyenii Walpers, conhecida como ginseng-peruano ou maca, muito utilizada na região andina do Peru. A parte da planta utilizada é a raiz, comestível e de importante valor nutricional. É indicada como afrodisíaco, revitalizante em estados de desnutrição, cansaço, fadiga mental, antianêmico, antituberculoso e paliativo como em casos de síndrome da fadiga crônica e câncer de estômago. É usada também pelos peruanos contra impotência, perda de memória, dismenorreia e contra os sintomas da menopausa. É contra indicada para hipertensos e não são conhecidos efeitos tóxicos.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. p. 696-698

CALZADA, F.; BARBOSA, E.; CEDILLO-RIVERA, R. Antiamoebic activity of benzyl glucosinolate from Lepidium virginicum. Phytotherapy Research, v. 17, n. 6, p. 618–619, June 2003.

CHEVALLIER, A. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley Limited, 1996. p. 225

CUNHA, A. P., SILVA, A. P., ROQUE, O. R. Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. p. 438-439

DUKE, J.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, M. J.; OTTESEN, A. R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [S.I]: CRC Press, 2009. Pp. 408-409

GUPTA, M. P. (ed.). 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Satafé de Bogotá, D.C., Colombia: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarollo, CYTED, 1995. p. 205-207

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http://www.missouriplants.com/Whitealt/Lepidium_virginicum_page.html – acesso em: 02 junho 2011.

http://www.tropicos.org – acesso em: 02 de junho de 2011.

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