ARARUTA
Maranta arundinacea L.
Sinonímias: Maranta indica Tussac, Maranta protracta Miq., Maranta ramosissima Wall., Maranta silvatica Roscoe, Maranta sylvatica Roscoe ex Sm., etc.
Nomes populares: Araruta, maranta, raruta, planta-de-sagú, arrowroot (English, United States), obedience-plant (English, United States), West Indian arrowroot, zhu yu (Pinyin, China); No Ceilão chamam-na Araluk e Hulankiriya.
Origem ou Habitat: Nativa da América Central e naturalizada em todo território brasileiro.
Características botânicas: Herbácea ereta, perene, rizomatosa, densamente cespitosa, medindo de 40-90 cm de altura, de folhagem seca quando a planta completa o ciclo, no final do outono, apresentando rizomas fusiformes brancos, medindo de 20-30 cm de comprimento. Folhas simples, largo-lanceolada, cartácea, glabra, medindo de 30-50 cm de comprimento. Inflorescências escapifólias, em racemos curtos, com poucas flores brancas discretas. Segundo LORENZI (2014), os frutos são desconhecidos no Brasil.
Partes usadas: Rizomas.
Uso popular: É ocasionalmente cultivada para a produção de rizomas, que constituem a matéria-prima para a produção de fécula de araruta e utilizada na alimentação. Outrora foi mais conhecida e cultivada.
Os rizomas podem ser lavados e triturados para a extração do polvilho de araruta. O amido de araruta tem alta digestibilidade e pode ser usado para o preparo de cremes, mingaus, pães, biscoitos, pão-de-queijo e para engrossar molhos.
Contra as febres intermitentes, contra a dispepsia, sendo que seu suco acre serve contra a mordedura de cobra e picada de insetos e quando colocado sobre a língua aumenta a salivação.
Muito útil na alimentação de crianças e convalescentes.
Composição química: Os rizomas secos possuem (%): N (0,94), P (0,37), K (2,0), Ca (0,04), Mg (0,15), S (0,18). Em mg/Kg: Cobre (5), Zinco (18), Ferro (18), Mn (7), Na (65), B (5).
Os rizomas possuem (%): umidade (68,2), amido (24,2), fibras (1,44), proteínas (1,34), cinzas (1,83), lipídios (0,19) e açúcares solúveis totais (1,08). Possuem os polissacarídeos amilose (21%) e amilopectina (79%) .
As folhas contém proteínas.
Observações: Duas características que convertem a Maranta arundinacea em uma espécie promissora para alimentação animal são a acumulação de carbohidratos em forma de amido em seus rizomas e as quantidades importantes de proteína presente em suas folhas.
Hoje em dia, o polvilho de araruta é muito adulterado ou usado como nome fantasia para o polvilho de mandioca, que é vendido com o nome “araruta”, enganando o consumidor.
Segundo KINUPP (2014), “é um cultígeno negligenciado e atualmente pouco cultivado, apenas por pessoas ou instituições entusiastas da agro-biodiversidade”.
Algumas tribos do Brasil já a conheciam como Arú-Arú e os Caraíbas acreditavam que a farinha de araruta constituía um neutralizador do veneno impregnado das flechas atiradas pelos seus inimigos. Do seu nome indígena, os portugueses adaptaram-no para Araruta.
Existe grande variedade dessa planta. Em São Paulo existe a araruta-Caisulta, araruta- Comum, araruta-Gigante, araruta- Especial, araruta- Imbiri, araruta- Palmeira, araruta- Raiz Redonda e araruta-Ramosa, sendo que a Caixulta é a melhor.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Agrobiologia tem feito um trabalho de resgate da araruta em sua Fazendinha Agroecológica Km 47 (SP), onde as variedades são cultivadas organicamente.
Existe uma variedade Maranta arundinacea var. variegatum (N.E. Br.).
Referências:
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/araruta.html#. Acesso 29 Jun 2015.
http://historico.cartauniversitaria.unal.edu.co/ediciones/31/13carta.html. Acesso 29 Jun 2015.
MAGDA VALDES RESTREPO, SANIN ORTIZ GRISALES, TERESA SANCHEZ, “Morfología de la planta y características de rendimiento y calidad de almidón de sagú” . En: Colombia Acta Agronomica ISSN: 0120-2812 ed: Editorial Feriva v.59 fasc.3 p.372 – 380 ,2010 – Acesso 29 Jun 2015.
http://www.tropicos.org/Name/19700214?tab=synonyms. Acesso 29 Jun 2015.