GOIABEIRA
Psidium guajava L.
Sinonímias: Myrtus guajava (L.) Kuntze.
Nomes populares: Goiabeira, goiaba, goiaba-vermelha, guayaba (Espanhol), guayave (Francês), guava(Inglês, alemão), amrud (Indiano).
Origem ou Habitat: É originária do Sul do México e do Amazonas Colombiano. O gênero Psidium compreende ao redor de uma centena de espécies da América Tropical e Neotropical.
Características botânicas: Arvoreta perene, medindo entre 3 a 7 metros de altura, tronco até 30 cm de diâmetro, recoberto por uma casca marron claro ou gris-verdoso, que se desprende em finas camadas; folhas opostas oblongas , medindo de 4-12cm de comprimento por 3,5-4,5cm de largura, com nervuras proeminentes na página inferior; pedúnculos axilares com 1-3 flores pubescentes, com pétalas brancas de 1,5-2,0cm e cálice envolvendo a gema; fruto globoso ou piriforme (goiaba), amarelo, medindo até 10 cm de diâmetro , pode ter a polpa amarela ou vermelha.(Alonso , Lorenzi).
Partes usadas: Folhas jovens ou brotos, cascas secas, frutos.
Uso popular: É cultivada em todo o país para a produção de frutos, existindo numerosas variedades de cultivo. Como planta medicinal é a planta mais usada no tratamento caseiro de diarréias na infância, em todos os países tropicais do mundo. É referido também o uso do seu chá, em bochechos e gargarejos no tratamento de inflamações da boca e da garganta ou para lavar feridas e úlceras e na leucorréia.
Composição química: Folhas: taninos (9-10%); óleo essencial (0,1-0,3%): cariofileno, nerolidiol, b-bisaboleno, aromadendreno, p-selineno, a-pineno e 1,8-cineol ; triterpenóides (ácido guajavanóico, obtusinina); ácido oleânico, ácido ursólico, ácido catecólico, ácido guayavólico, ácido elágico, b-sitosterol,; flavonóides (quercetina e seus heterosídeos, rutina).
Composição alimentícia: cada 100g do fruto contém: calorías 69; água 80,6g; proteínas 1g; hidratos de carbono 17,3g; cinzas 0,7g; cálcio 15 mg; fósforo 24mg; ferro 0,7mg; sódio 4mg; potássio 291mg; caroteno 75ug; tiamina 0,05mg; riboflavina 0,04mg; niacina 1,10mg e ácido ascórbico 132mg.
- Vitaminas: A, B2, B3 e C
- Óleo essencial: Mentol, α-pineno, limoneno, óxido de cariofileno, p-selineno, hexanal dentre outros.
- Carotenóides:Fitoflueno, (all-E)-beta-caroteno, ácido guavanóico, dentre outros.
- Triterpenos: Ácido guananóico, ácido guavacomamarico, ácido asiático, ácido oleanólico, ácido betulínico, lupeol e ácido elágico-4-O-beta-D-glucopiranósido, ácido guajavanóico, obtusinina, ácido goreísico I, ácido jacoumarico, dentre outros.
- Flavonoides: Ácido guavacoumarico, miricetina, luteolina, canferol, avicularina, quercetina, guaijaverina, arabinopiranosideo, quercetina-3-O- (6 “-galoil) beta-D-1-O- (1, 2-propanodiol) -6-O-Galóxi-beta-D- O glucopiranósido, Quercetina-3- O -β- d – (2 “- O -galoil-glicósideo) -4′- O –vinilpropionato (Semente) e Quercetina-3- l -4-piranosideo.
Ações farmacológicas: O extrato aquoso dos brotos inibe intensamente o crescimento de Salmonela, Serratia e Staphylococcus , germes responsáveis, muitas vezes, por graves diarréias de origem microbiana. Nesses ensaios a goiabeira vermelha (Psidium guajava L. var. pomifera) mostrou-se mais eficaz que a goiabeira branca (Psidium guajava L.var. pyrifera).
Nos extratos das folhas adultas e das cascas do tronco esta atividade estava ausente.
Interações medicamentosas: Pode ter interação com medicamentos obstipantes.
Posologia e modo de uso: Preparo do chá como medicação anti infecciosa e reidratante oral: 20 a 30 brotos para 1 litro de água fervente. Adicionar uma colher (sopa) de açúcar e uma colherzinha (café) de sal e administrar à criança em doses bem pequenas e freqüentes, se possível, a cada cinco minutos.
Para o preparo de 1 xícara (150ml) colocar 4 brotos e adicionar água fervente. Deve ser tomado na dose de uma xícara a cada duas a quatro horas ou de hora em hora nos casos mais severos.
Referências:
ANAND, Vijaya et al. Phytopharmacological overview of Psidium guajava Linn. Pharmacognosy Journal, [s.l.], v. 8, n. 4, p.314-320, 1 jul. 2016.
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas em Fitoterapia no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2000.
NASEER, Sumra et al. The phytochemistry and medicinal value of Psidium guajava (guava). Clinical Phytoscience, [s.l.], v. 4, n. 1, p.4-32, dez. 2018.
GUTIÉRREZ, Rosa Martha Pérez; MITCHELL, Sylvia; SOLIS, Rosario Vargas. Psidium guajava: A review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal Of Ethnopharmacology, [s.l.], v. 117, n. 1, p.1-27, abr. 2008.